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Mostrando postagens com o rótulo Cinema Português

Filme do Dia: O Último Mergulho (1992), João César Monteiro

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O  Último Mergulho (Portugal/França, 1992). Direção e Rot. Original: João César Monteiro. Fotografia: Dominique Chapuis. Montagem: Stéphanie Mahet. Figurinos: Isabel Branco. Com: Fabienne Babe, Canto e Castro, Francesca Prandi, Rita Blanco, Dinis Neto Jorge, Catarina Lourenço, Fabienne Monteiro, Teresa Roby. Samuel (Jorge), jovem rapaz,   desiste da ideia do suicídio quando um homem já velho, Eloi (Canto e Castro), convida-o para beber. Com uma mulher inválida, Elói leva Samuel para a noite e para o sexo com sua filha, Esperança (Babe), porém   posteriormente pratica o suicídio. Embora aparentemente seja um filme bem mais convencional que a média do cineasta, da metade para o final tal impressão se desfaz por completo. Até por volta de sua primeira metade a narrativa segue uma decupagem relativamente convencional, em termos do encadeamento das ações, que representam a aventura dos personagens pela noite lisboeta, ao mesmo tempo que o filme oferece uma comovente generosidade

Filme do Dia: Kuxa Kanema - O Nascimento do Cinema (2003), Margarida Cardoso

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K uxa Kanema – O Nascimento do Cinema (Portugal/França/Bélgica, 2003). Direção: Margarida Cardoso. Documentário que efetua a arqueologia da história do cinema em Moçambique, marcada inicialmente pelo projeto de matizes nacionais-populares de levar um cinema produzido por moçambicanos para moçambicanos, a partir da expressão que quer dizer “o nascimento do cinema” que diz respeito o título e proferida pelo carismático líder revolucionário Samora Machel. As imagens iniciais parecem ditar a tônica do rescaldo de um projeto - nacional, de cinema – fracassado, em que as ruínas do Instituto Nacional de Cinema (INC) e as más condições de preservação do acervo, sobretudo as centenas de documentários curtos que levam o título desse documentário, ao longo de dez anos surgem como provas materiais. Ao mesmo tempo que muitas imagens são dedicadas a acompanhar o líder Samora Machel em seus comícios ou encontros com a população (distantes apenas em dimensão das de Amílcar Cabral na Guiné, já

Filme do Dia: Desobediência (2003), Licínio Azevedo

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D esobediência (Moçambique/Portugal, 2003). Direção e Rot. Original: Licínio Azevedo. Fotografia: João Costa & Antonio Forjaz. Música: João Carlos Schwalbach. Montagem: Orlando Mesquita. Com: Rosa Castigo, Tomás Sodzai, Zaira Castigo,  Isabel José, Eliasse Sodzai, Linda Sodzai, Nevas Sodzai, Augusta Castigo. Rosa Castigo (Castigo) vive uma relação conturbado com o marido Zacharias Sodzai (Tomás Sodzai), abusivo, alcóolatra e que não apenas não tem trabalhado como a atrapalha no trabalho e nos afazeres domésticos. Para surpresa de Rosa, Zacharias, que no dia havia impedido as crianças de irem para a escola e mandado trabalharem na roça, suicida-se. A partir de então, a família Sodzai, sobretudo na figura de seu irmão gêmeo, Tomás (Tomás Sodzai), não deixará mais Rosa em paz, acusando-a de se encontrar enfeitiçada e ter sido a responsável pela morte do marido. Sem ajudar aos filhos e roubando objetos da casa de Rosa e a intimidando. Após muitos desentendimentos, todos acat

Filme do Dia: Uma Abelha na Chuva (1972), Fernando Lopes

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U ma Abelha na Chuva (Portugal, 1972). Direção: Fernando Lopes. Rot. Adaptado: Fernando Lopes, baseado no romance de Carlos D´Oliveira. Fotografia: Manuel Costa e Silva. Música: Manuel Jorge Veloso. Montagem: Teresa Olga. Com: Laura Soveral, João Guedes, Zita Duarte, Ruy Furtado, Carlos Ferreiro, Fernando de Oliveira, Adriano Reys. Álvaro Silvestre (Guedes) é um rude camponês que se casou com uma aristocrata decadente, Maria dos Prazeres (Soveral), que sente desprezo por ele, refugiando-se no teatro e nos romances que reconta para as amigas.  Certo dia, Álvaro escuta na cozinha comentários maliciosos sobre o olhar que sua esposa lança a Jacinto (Reys) pelo próprio cocheiro a sua amada, Clara (Duarte), empregada filha do Mestre Antônio (Furtado), com quem pretende se unir. Mestre Antônio, no entanto, tem outros planos para a filha, pretendendo um casamento que o possibilitará salvar da ruína econômica, com um agricultor de posses. Sua decisão toma prumo quando Álvaro, enciumado e i

Filme do Dia: Mulheres da Beira (1923), Rino Lupo & George Pallu

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M lheres da Beira (Portugal, 1923). Direção: Rino Lupo & George Pallu.   Rot. Adaptado: Rino Lupo, a partir de conto de Abel Botelho. Fotografia: Artur Costa de Macedo. Montagem: Marie Meunier & George Pallu. Com: Brunilde Júdice, António Pinheiro, Mário Santos, Rafael Marques, Maria Júdice Caruson, Celeste Ruth, Duarte Silva, Marina Santos. Ana (Júdice) é a bela filha de um homem pobre e viúvo, Pedro (Pinheiro). Certo dia um amigo de Pedro lhe dá o conselho dela ir à cidade mais próxima do povoado em que vivem, em Arouca, trazer pães para vender e ganhar alguns trocados. Ela fica entusiasmada com a experiência e bastante encantada com o mundo que não conhecia de Arouca, de mulheres que se vestem bem e dos homens fidalgos. No caminho para lá, desperta a paixão de André (Santos), um pastor de ovelhas. Em Arouca do Fidalgo da Mó (Marques). Sofrendo eventuais maus tratos do pai rude, Ana confessa a tia que irá fugir com o Fidalgo, que lhe prometeu uma vida de luxo no Por

Filme do Dia: O Fatalista (2005), João Botelho

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O  Fatalista (Portugal/França, 2005). Direção: João Botelho. Rot. Adaptado: João Botelho, a partir do romance Jacques Le Fataliste , de Denis Diderot. Fotografia: Edmundo Díaz. Música: Lhasa. Montagem: Renata Sancho. Dir. de arte: Catarina Amaro. Com: Rogério Samora, André Gomes, Rita Blanco, Suzana Borges, Patrícia Guerreiro, José Wallenstein, João Baptista, Maria Emília Correia, Teresa Madruga, Miguel Monteiro. Um motorista, Tiago (Samora) e seu patrão (Gomes) viajam por Portugal. O patrão se interessa em ouvir as histórias de amor vividas por seu chofer. As mesmas são interrompidas episodicamente seja por um acidente de automóvel, seja pela hospedagem num bordel, seja numa estalagem, no qual a proprietária (Borges), encarrega-se de contar sua própria história. Na narrativa da dona da estalagem, a Sra. D (Blanco) arma uma trama para que seu amante, o Marquês (Wallenstein) apaixone-se pela prostituta Bárbara (Guerreiro), que ela transformara em virginal dama da alta sociedade.

Filme do Dia: Branca de Neve (2000), João César Monteiro

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B ranca de Neve (Portugal, 2000). Direção: João César Monteiro. Rot. Adaptado: João César Monteiro, baseado na peça de Robert Walser. Fotografia: Mário Barroso. Montagem: Fátima Ribeiro. Com: Maria do Carmo Rôlo, Ana Brandão, Reginaldo da Cruz, Luís Miguel Cintra, Diogo Dória. Variações de interpretação sobre as relações entre as pessoas que rodeiam Branca de Neve (voz de Rôlo) e ela própria, sua morte e ressureição, nessa adaptação bastante radical de Monteiro, que dispensa quase que totalmente as imagens pelo fundo negro. Resta ao espectador o trabalho da própria imaginação que, embora semelhante ao da literatura – sob o qual o filme parece prestar igualmente grande reverência nos diálogos literários, ou melhor, não naturalistas da peça teatral na qual se inspira. Reduzindo a atenção do espectador aos belos diálogos, o filme ao mesmo tempo redimensiona o poder da imagem, que invariavelmente é a de um céu azul mais ou menos nublado, sem contar a imagem inicial do caçador mo

Filme do Dia: Viagem ao Princípio do Mundo (1997), Manoel de Oliveira

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V iagem ao Princípio do Mundo (Idem, França/Portugal, 1997). Direção: Manoel de Oliveira. Rot. Original:   Manoel de Oliveira. Fotografia: Renato Berta. Música: Emmanuel Nuñes. Montagem: Valérie Loiseleux Com: Marcello Mastroianni,   Jean-Yves Gautier,   Leonor Silveira,   Diogo Dória,   Isabel de Castro,   José Pinto,   Manoel de Oliveira.           Disposto a revisitar os locais que conheceu durante sua infância em Portugal, o cineasta Manoel (Mastroianni) empreende uma pequena jornada a vila onde morou com sua família: observa de longe o prédio onde funcionara o colégio de jesuítas onde estudara; a casa, hoje em ruínas,   onde agonizara um jovem de tifo; a árvore com as marcas de um banco que dividira na adolescência com amigos; uma estátua de um homem com o eterno sofrimento de carregar um tronco sobre as costas. Quando observa a estátua, passa uma portuguesa que conta uma ladainha a respeito da mesma.   Juntamente com Manoel   se encontram um ator de sua nova produção, A

Filme do Dia: O Leão da Estrela (1947), Arthur Duarte

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  O Leão da Estrela (Portugal, 1947). Direção: Arthur Duarte. Rot. Adaptado: Ernesto Rodrigues, Felix Bermudes & João Rodrigues, baseado nos poemas do último. Fotografia: Aquilino Mendes & João Silva. Música: Jaime Mendes. Montagem: António Martins. Dir. de arte: Fernando Fragoso. Cenografia: Amílcar de Oliveira & Pierre Schild.  Com: António Silva, Milú, Maria Eugénia, Erico Braga, Laura Alves, Curado Ribeiro, Maria Olguim, Cremilda de Oliveira, Tony D´Algy, Arthur Agostinho. Anástacio (Silva) é um torcedor fanático pelo Sporting que quer assistir um jogo de futebol no Porto. Dada a impossibilidade de conseguir passagens para a cidade, ele entra em um arranjo com o motorista (Agostinho) de sua criada (Alves). Também leva toda sua família e se hospeda na mansão dos Barata, família endinheirada local, fingindo se tratarem de pessoas ricas, fazendo uso do carro luxuoso do motorista da criada e das malas de um comandante da marinha vizinho (D´Algy). O filho dos Barata, Ed

Filme do Dia: Onde Jaz o Teu Sorriso? (2001), Pedro Costa & Thierry Lounas

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O nde Jaz o Teu Sorriso? ( Oú Gît Votre Sourire Enfoui? , França/Portugal, 2001). Direção: Pedro Costa. Esse admirável documentário, parte integrante da série Cinema de Nossos Tempos , ao invés de ficar preso somente a depoimentos dos realizadores, através de material de arquivo ou filmado diretamente pelos realizadores, apresenta o casal Danièle Huillet e Jean-Marie Straub em seu processo de montagem de seu longa Gente da Sicília . Como em filmes recentes que havia realizado, talvez de modo mais radicalmente em seu No Quarto da Vanda (2000), Costa consegue um admirável resultado com sua estratégia de um distanciamento diante do que é filmado que traz paradoxalmente uma profunda proximidade, muitas vezes para além do concebível, fazendo tornar uma proposta também dedicada a exploração de processos e toda a inquietação deles resultante em algo igualmente documental, como é o caso do cinema direto norte-americano dos anos 1960, longe de conseguir tal efeito. Aqui sobrepõe-se b

Filme do Dia: Tráfico (1998), João Botelho

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T ráfico (Portugal/França/Dinamarca, 1998). Direção e Rot. Original: João Botelho. Fotografia: Olivier Guenéau. Montagem: Rudolfo Wudeles. Dir. de arte: João Botelho & Fernanda Morais. Figurinos: Alexandra Barata & Paula Ribas. Com: Rita Blanco, Adriano Luz, Branca de Camargo, João Perry, Alexandra Lencastre, Canto e Castro, Paulo Bragança, Fernando Cabral Martins, Vladimir Rechtilov, Maria João Luís, Dalila Carmo, Arthur Ramos, São José Lapa, Laura Soveral.  Sem possuir propriamente uma linha narrativa, o filme apresenta situações geralmente absurdas, numa linha evocativa do surrealismo buñueliano, mas igualmente de Godard e quiçá até de um Sérgio Bianchi , em relação a um comentário sobre a sociedade portuguesa, embora aqui de forma infinitamente mais simbólica, anti-realista e oblíqua que em Bianchi. Existe, por exemplo, num dos esboços de narrativa mais bem delimitados, um casal (Blanco e Luz) cujo filho descobre drogas enterradas na praia em que passam veraneio e,

Filme do Dia: No Quarto da Vanda (2000), Pedro Costa

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No Quarto da Vanda (Portugal/Alemanha/Suíça/Itália, 2000). Direção e Fotografia: Pedro Costa. Montagem: Dominique Auvray & Patricia Saramago. Com: Lena Duarte, Vanda Duarte, Zita Duarte, Pedro Lanban, António Moreno, Paulo Nunes, Fernando Paixão. Experiência particularmente interessante de Costa, filmada nos subúrbios miseráveis de Lisboa, acompanha dois grupos de jovens viciados que procuram encontrar algum sentido em suas vidas. É quase inédito em sua peculiaridade, o modo intensamente ficcional que Costa se “apropria” de pessoas, situações e ambientes reais, através do ritmo cíclico em que as ações voltam a acontecer. Muito além de um caráter de pretensa denúncia social, apresentando um Portugal miserável que chega a ser achincalhado pela protagonista, o que é mais interessante no filme, e parece ser o interesse maior do realizador, é justamente essa intensidade ficcional que empresta às suas cenas pseudo-documentais. Nesse sentido, ainda que pudesse ser evocado o cin

Filme do Dia: Barronhos: Quem Teve Medo do Poder Popular? (1976), Luis Filipe Rocha

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Barronhos: Quem Teve Medo do Poder Popular? (Portugal, 1976). Direção: Luis Filipe Rocha. Fotografia: João Abel Aboim. Montagem: João Pedro Andrade dos Santos. Documentário em 16 mm aborda, a partir de assassinato, as tensões sociais e interesses de grupos do bairro que dá nome ao mesmo e, por extensão, do próprio país. Consistente e fazendo uso de estratégias estilísticas diversificadas nas cinco partes que é dividido ( O Crime , O Bráulio , O Jaime , O Bairro , O País ) e que não apenas são apresentadas com cartelas como igualmente verbalizadas. Se os episódios que se vinculam ao caso do assassinato são primordialmente centrados em depoimentos para a câmera, o que aborda o bairro é direcionado pela voz over e didaticamente entre os interesses contrários de uma comunidade pobre na periferia de Lisboa e o que se refere ao país na contra-mão do anterior, centrando-se na imagem de lideranças políticas na Portugal pós-Revolução dos Cravos – o próprio narrador se apressa em afir

Filme do Dia: A Canção de Lisboa (1933), de José Cottinelli Telmo

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A Canção de Lisboa (Portugal, 1933). Direção e Rot. Original: José Cottinelli Telmo. Fotografia: Henri Barreyre & César de Sá. Música: René Bohet, Raul Ferrão, Raúl Portela & Jaime Silva Filho. Montagem: Tonka Taidy. Com: Vasco Santana, Beatriz Costa, Antônio Silva, Teresa Gomes, Sofia Santos, Alfredo Silva, Eduardo Fernandes, Manoel de Oliveira. Vasco (Santana) é um acadêmico de medicina, bon vivant , e que nunca passa nos exames e se fia na herança das velhas tias solteironas (Gomes e Santos) para se casar com a sua pretendente, Alice (Costa), filha do alfaite Caetano (Silva). A súbita visita das tias a Lisboa põe a perigo todas as mentiras inventadas por Vasco para que elas o mantivessem por lá. Vasco pretende contar com a ajuda do futuro sogro para se fazer passar por médico reconhecido. As tias, porém, descobrem a verdade e Alice resolve romper com ele. Na amargura, Vasco resolve se embriagar e solta a voz cantando fados em um bar, fazendo extraordinário sucesso.

Filme do Dia: É na Terra, Não é na Lua (2011), Gonçalo Tocha

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É na Terra, Não é na Lua (Portugal, 2011). Direção: Gonçalo Tocha. Montagem: Rui Ribeiro, Gonçalo Tocha & Catherine Villeret. Esse documentário passeia pela paisagem geográfica, histórica e afetiva da Ilha do Corvo, último ou primeiro – a depender da perspectiva – ponto de terra da Europa, habitado então por pouco mais de 400 pessoas. Didivido em capítulos, ainda que não se saiba exatamente quais os critérios que evidenciariam tal divisão, a determinado momento parece ser a investigação mais detida sobre algum personagem, noutro momento situações que não apresentam nenhum diálogo. Talvez a maior força do filme, para além evidentemente de sua imersão na multifacetada presença das mais diversas manifestações do humano, como que em um micro-cosmo do planeta, seja a engenhosa combinação continuada da sobreposição de depoimentos e comentários sobre as imagens das próprias belezas naturais da ilha ou de alguns aspectos mais específicos relacionados com a trajetória de seus habit

Filme do Dia: A Carta (1999), Manoel de Oliveira

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A Carta ( A Carta , Portugal/França/Espanha, 1999). Direção:  Manoel de Oliveira. Rot. Adaptado: Manoel de Oliveira, baseado no romance La Princesse de Clèves, de Madame de la Fayette. Fotografia: Emmanuel Machuel. Montagem: Valérie Loiseleux. Dir. de arte: Ana Vaz da Silva. Com: Chiara Mastroianni, Pedro Abrunhosa, Antoine Chappey, Leonor Silveira, Françoise Fabian, Anny Romand, Stanislas Merhar, Luís Miguel Cintra, Catherine Deneuve.         A jovem aristocrata Catherine de Clèves (Mastroianni), foi educada pela mãe distante dos costumes modernos. Rejeitando o assédio de François de Guise (Merhar), da sua idade,  casa-se com um homem mais velho (Chappey). Porém, ainda recém-casada, numa apresentação do cantor de rock português Pedro Abrunhosa, apaixona-se à primeira vista. Só tem coragem de revelar seus segredos a amiga de infância, hoje freira (Silveira). A força para resistir a tentação que representa Pedro é selada com a declaração da mãe em seu leito de morte, que pede que

Filme do Dia: Um Filme Falado (2003), Manoel de Oliveira

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Um Filme Falado (Portugal/França/Itália, 2003). Direção e Rot. Original: Manoel de Oliveira. Fotografia: Emmanuel Machuel. Montagem: Valérie Loiseleux. Dir. de arte: Zé Branco. Figurinos: Isabel Branco. Com: Leonor Silveira, Filipa de Almeida, John Malkovich, Catherine Deneauve , Stefania Sandrelli, Irene Papas, Luís Miguel Cintra, Michel Lubrano di Sbaraglione. A professora de história Rosa Maria (Silveira) parte em cruzeiro com sua filha, Maria Joana (Almeida)  que atravessa recantos turísticos do Mediterrâneo na França, Itália, Grécia, Turquia, com o objetivo de encontrar o marido na Índia, comentando a história que há por trás dos monumentos que visitam. No Egito, Rosa Maria é surpreendida pelo conterrâneo ator Luís Miguel Cintra (Cintra), que a leva ao hotel onde foi firmado o Canal do Panamá. No navio, Rosa Maria é surpreendida pelo interesse do comandante do navio, John Walesa (Malkovich), sendo convidada a sentar em sua mesa, ao lado da francesa Delfina (Deneauve), da ital

Filme do Dia: Capas Negras (1947), Armando de Miranda

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Capas Negras (Portugal, 1947). Direção: Armando de Miranda. Rot. Original: Alberto Barbosa, Luis Galhardo & José Galhardo. Fotografia: Octávio Bobone. Montagem: Armando de Miranda. Cenografia: Armando Bruno. Com: Amália Rodrigues, Alberto Ribeiro, Artur Agostinho, Vasco Morgado, Barroso Lopes, Humberto Madeira, António Sacramento, Fernando Silva. Numa república de estudantes de direito em vias de terminar o curso na centenária Universidade de Coimbra, Manecas (Agostinho) engana suas pretendentes enquanto José Duarte(Ribeiro), torna-se famoso cantor de fados, fazendo uso do sentimento genuíno que possui por Maria de Lisboa (Rodrigues), por quem acredita ter sido traído em uma noite de São João. A estréia de Rodrigues no cinema é bem menos interessante que seu filme seguinte, Fado, História d´uma Cantadeira (1948). Aqui não apenas sua interpretação é bem mais canhestra e empostada e sua própria personagem é bem mais convencional e menos transgressora como igualmente a própri

Filme do Dia: O Grande Elias (1950), Arthur Duarte

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O Grande Elias (Portugal, 1950). Direção: Arthur Duarte. Rot. Original: Fernando Fragoso & Joao Bastos sob argumento de Jacques Compannez. Fotografia: Aquilino Mendes.  Música: Jaime Mendes. Montagem: Perdigão Queiroga. Cenografia: Frederico Jorge.  Com: António Silva, Cremilda de Oliveira, Milú, Francisco Ribeiro, Maria Olguin, Licínio Sena, Estevão Amarante, Humberto Madeira. Pai de família (Amarante) se vê no aperto quando sua irmã aristocrata, Adriana (Oliveira), decide visitá-lo inesperadamente. Ele havia inventado, com o auxílio do amigo Elias (Silva), uma série de mentiras sobre si próprio com relação a riqueza e a existência de mais filhos do que sua filha única, Ana Maria (Milú), assim como tampouco dissera que a mulher o havia abandonado. Em poucas horas ele forja a existência de dois filhos gêmeos encarnados pelo namorado da filha (ambos vividos por Ribeiro, nos créditos Ribeirinho), uma mulher (Olguin), um palacete arranjado por uma semana pelo amigo Elias, que se

Filme do Dia: Fragmentos de um Filme-Esmola (1972), João César Monteiro

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Fragmentos de um Filme-Esmola: A Sagrada Família (Portugal, 1972). Direção e Rot. Original: João César Monteiro. Fotografia: Acácio de Almeida. Com: Manuela de Freitas, João Perry, Dalila Rocha, Catarina Coelho, Fernando Soares, Maria Clementino Monteiro, João Gabriel. Família que foge completamente aos padrões sociais estabelecidos (Rocha e Soares), procura criar a filha radicalmente livre das convenções sociais estupidificantes que reinam na sociedade de seu tempo, num ritmo alucinantemente profundo e até mesmo auto-destrutivo. Utilizando-se basicamente de longos planos-sequências e muita criatividade, o cineasta contrapõe sequências com diálogos dos mais ludicamente cotidianos (como os que o pai  e filha efetuam ao início do filme) alternados com momentos nos quais os atores recitam textos de Ésquilo, Joyce, Ponce e Breton, criando um universo que muito deve a Godard – embora nesse não exista a radical separação como aqui. O resultado final é um panorama de pessoas que po