Filme do Dia: Tudo Entre Nós (2000), Michael Lindsay-Hogg

 



Tudo Entre Nós (Two of Us, EUA, 2000). Direção: Michael Lindsay-Hogg. Rot. Original: Mark Stanfield. Fotografia: Miroslaw Baszak. Montagem: Norman Buckley. Dir. de arte: Jasna Stefanovic & Ingried Jurek. Cenografia: Peter Atto. Figurinos: Maxyne Baker. Com: Aidan Quinn, Jared Harris.

Nova York, 1975. Paul McCartney (Quinn) decide fazer uma visita surpresa a John Lennon (Harris). Ao longo de um dia, sem a companhia das respectivas esposas e filhos. Conversam sobre a morte dos pais de ambos, discutindo sobre o fim dos Beatles e os ressentimentos de Lennon sobre como McCartney tratara Yoko. Lennon demonstra uma certa amargura e culpa pela morte dos pais e acaba praticamente expulsando Paul. Porém, esse decide retornar e sugere que  dêem um passeio pelo Central Park disfarçados, escutando um grupo de reggae e fumando maconha, até serem dispersos por dois policiais a cavalo. Depois vão até uma lanchonete próxima e retornam ao edifício Dakota, morada de Lennon, onde sobem ao telhado e Paul afirma para um emocionado John, que ele ainda vive atormentado com o passado e inseguro como uma criança. Enquanto assistem juntos ao Saturday Night Live, Paul  percebe a brincadeira de um dos apresentadores, que afirma que paga 3 mil dólares para os Beatles voltarem a se apresentar juntos. Num impulso, John decide ir ao estúdio de televisão e consegue fazer com que Paul concorde, porém quando esse vai pegar sua guitarra e retorna, reencontra John completamente absorto em uma conversa telefônica com Yoko.

Se possui como mérito conseguir apresentar mínimos elementos dramatúrgicos, coisa que outros telefilmes mais sensacionalistas como John & Yoko, em sua absoluta superficialidade, não conseguem, nem por isso o filme de Lindsay-Hogg – cineasta que dirigiu o documentário Let it Be com o grupo, sendo o único título realmente significativo de sua filmografia – consegue escapar dos chavões e de um certo tom empostado e artificial de produções do gênero. Recriando ficcionalmente o diálogo do último encontro dos dois beatles, em raros momentos o cineasta consegue criar um real efeito emocional que não resulte no simplesmente patético, inócuo ou sentimental. Nesse sentido, ainda encontra-se distante do menos pretensioso e mais bem sucedido Os Cinco Rapazes de Liverpool, de Iain Softley, provavelmente o melhor filme de ficção a retratar momentos da trajetória do grupo, centrando-se nos anos inicias que precederam a fama. Produzido para a TV. Aaronson/Falk Productions/VH1 Television/Viacom Productions. 90 minutos.

 

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