Filme do Dia: Sharey Chuattar (1953), Nirmal Dey

 


Sharey Chuattar (Índia, 1953). Direção: Nirmal Dey. Rot. Original: Nirmal Dey, a partir do argumento de Bijon Bhattacharya. Fotografia: Amal Das & Nirmal Dey. Música: Kalipada Sen. Montagem: Kali Raha. Dir. de arte: Satyen Roychoudhury. Cenografia: Sudhir Khan. Com: Tulsi Chakraborty, Molina Devi, Suchitra Sen, Uttam Kumar, Bhanu Bannerjee, Dhananjoy Bhattacharya, Nabadwip Halder, Haridhan Mukherjee

O dono de um internato em Annapurna, Rajanibabu (Chakraborty) observa a confusão que passa a ocorrer quando uma garota, Romola (Sen), passa a morar no mesmo. Despertando todos os olhares masculinos para ela, Romola se apaixona por Rampriti (Kumar) e os outros jovens interceptam uma carta de amor dela para ele, carta que finda por parar no bolso de Rajanibabu sendo, por sua vez, capturado pela mulher do mesmo (Devi).

Demasiado centrado em códigos específicos do que seria humor em sua época e país, esse filme, provavelmente ainda mais que as chanchadas brasileiras, com as quais pode sere compardo, devido aos traços culturais ainda mais distintivos, talvez se torne um bocado mais resistente a um espectador contemporâneo, de bem mais de meio século após sua realização, de ser devidamente apreciado. Parece ser um distante antepassados dos musicais bollywoodianos. Como nesses, os personagens começam a cantar e se dirigir diretamente à câmera de uma hora para outra. Ao contrário desses, no entanto, possui metragem mais convencional e menos longa e seus cenários são bem mais modestos e menos repletos de artífcios, sendo suas motivações mais fincadas em situações mais realistas. Muito curiosasmente efeitos sonoros são utilizados quando um dos personagens simula limpar o nariz, em recurso, no Ocidente, mais comum após a eclosão de uma cinematografia modernista, como pode ser percebido em cena igualmente de intuito cômico em um filme como A Morte de um Burocrata (1966). Praticamente intragável para qualquer um não familiarizado com os códigos do cinema de gênero indiano do período, arrasta-se longamente, sem que se tenha exatamente discernimento do que ocorre, e quando enfim parece ocorrer algo, esse algo é um anódino romance juvenil que desperta o ciúme e a fofoca de praticamente todos os homens do internato. Os atores, à guisa de estabelecer um contato com seu público, regularmente se dirigem diretamente para a câmera tal e qual numa farsa teatral. Se as imagens resistiram ao tempo de forma mais satisfatória, não se pode dizer o mesmo de sua banda sonora. 97 minutos.

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