Filme do Dia: Capas Negras (1947), Armando de Miranda
Capas Negras (Portugal, 1947). Direção: Armando de Miranda.
Rot. Original: Alberto Barbosa, Luis Galhardo & José Galhardo. Fotografia:
Octávio Bobone. Montagem: Armando de Miranda. Cenografia: Armando Bruno. Com:
Amália Rodrigues, Alberto Ribeiro, Artur Agostinho, Vasco Morgado, Barroso
Lopes, Humberto Madeira, António Sacramento, Fernando Silva.
Numa república de estudantes de
direito em vias de terminar o curso na centenária Universidade de Coimbra,
Manecas (Agostinho) engana suas pretendentes enquanto José Duarte(Ribeiro),
torna-se famoso cantor de fados, fazendo uso do sentimento genuíno que possui
por Maria de Lisboa (Rodrigues), por quem acredita ter sido traído em uma noite
de São João.
A estréia de Rodrigues no
cinema é bem menos interessante que seu filme seguinte, Fado, História d´uma Cantadeira (1948). Aqui não apenas sua
interpretação é bem mais canhestra e empostada e sua própria personagem é bem
mais convencional e menos transgressora como igualmente a própria narrativa
está longe de extrair o pathos ou a
comicidade necessária para a torná-la minimamente interessante. Soçobram, pelo
contrário, clichês que chegam a ser irritantes, como o do grupo de beatas
solteironas a saída da igreja que descobrem ao mesmo tempo terem sido levadas
pela lábia de Manecas. Não faltam os números musicais, de uma maneira geral
relativamente bem integrados à história, talvez por serem eles que efetivamente
deveriam sustentar o filme, tão pífio é o próprio enredo. Um dos fatos curiosos
do filme é observar a idade avançada dos estudantes universitários. Ou seria a
própia postura da sociedade da época que os deixaria com visual tão
precocemente amadurecido, que apenas reforça o senso de imaturidade de suas
atitudes? Produtores Associados para Exclusivos Triunfo. 103 minutos.
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