Filme do Dia: Deliciosas Loucuras de Amor (1966), Karel Reisz


Deliciosas Loucuras de Amor (1966) | Cineplayers
Deliciosas Loucuras de Amor (Morgan: A Suitable Case for Treatment, Reino Unido, 1966). Direção: Karel Reisz. Rot. Original: David Mercer. Fotografia: Larry Pizer. Música: John Dankworth. Montagem: Tom Priestley & Victor Procter. Dir. de arte: Phillip Harrison. Figurinos: Jocelyn Rickards. Com: David Warner, Vanessa Redgrave, Robert Stephens, Irene Handl, Bernard Bresslaw, Arthur Mullard, Newton Blick, Nan Munro.

Morgan (Warner) se refugia nas suas fantasias sobre gorilas e a vida selvagem, assim como de ícones comunistas,  para poder lidar com os desassosegos da vida. Quando retorna de viagem, descobre que sua esposa, Leonie (Redgrave), encontra-se disposta a casar com o convencional e rico Charles Napier (Stephens), o que lhe desperta a ira e todas as reações de indignação possível. Suas excentricidades, que levaram a esposa a se separar dele também o envolvem com a polícia e, por fim, com o internamento num asilo para doentes mentais.

Reisz, egresso dos realizadores documentaristas do free cinema,  dirigiu sua mais discreta e indireta sátira ao establishment britânico antes do mais famoso Se...(1968), de Lindsay Anderson. Aqui, como seus colegas de geração (e também os realizadores do Cinema Novo brasileiro), o ambiente operário ou das classes populares, como no caso brasileiro, é deixado de lado.  Personagens mais afluentes e roteiros menos realistas e mais metafóricos podem ser algumas das opções dos realizadores, quando não projetos bem mais convencionais, como o próprio Reisz demonstraria a partir de Isadora (1968). Dito isso, seu tom anárquico e suas referências ao socialismo – a determinado momento Morgan e sua mãe visitam o túmulo de Marx – estão longe de possuir a coerência e, mais importante, o humor de um realizador como Makavejev. Mesmo que Redgrave e Warner, que viveria um papel secundário em Sob o Domínio do Medo (1971) estejam ótimos em seus papéis, o filme em si, também em termos visuais, encontra-se longe de ser estimulante. British Lion Film Corp./Quintra para British Lion Film Corp. 97 minutos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

Filme do Dia: Quem é a Bruxa? (1949), Friz Freleng

Filme do Dia: El Despojo (1960), Antonio Reynoso