Filme do Dia: Os Taqwacores (2010), Eyad Zahra
Os Taqwacores (The
Taqwacores, EUA, 2010). Direção: Eyad Zahra. Rot.
Original: Michael Muhammad Knight & Eyad Zahra, sob argument de Muhammad
Knight. Fotografia: JP
Perry. Música: Omar Fadel. Montagem: Joshua Rosenfield. Dir. de arte: Nathan
Kemmerer. Com: Bobby Naderi, Noureen DeWoulf, Dominic Rains, Nav
Mann, Volkan Eryaman, Denise George, Rasika Mathur, Anne Leighton, John Charles
Meyer.
Yousef (Naderi), recém-saído da vida
em um campus universitário, passa a morar junto a um alojamento de
muçulmano-americanos. A convivência se torna complexa pois o radicalismo
religioso de Umar (Mann) se choca com o estilo de vida liberal e punk, mas nem
por isso afastado da religião, de outros jovens, gerando a expulsão de Ayyub
(Eryaman) da casa. Yousef, por sua vez, afasta-se crescentemente da órbita da influência
de Umar e se torna simpático as idéias do conciliador Hamza (Meyer), que
planeja um festival com apresentações de bandas taqwacores, de rock muçulmano,
onde todos ficarão hospedados na mesma casa dividida pelos jovens. Um grupo
radical convidado propositalmente por Hamza, no entanto, exced-se na violência
e mata o próprio Hamza.
Zahra, em seu longa-metragem de
estréia, tenta observar numa comunidade muçulmana jovem norte-americana a
divisão entre os anseios típicos da
juventude como o uso de drogas, as investidas no sexo e a maior liberalidade
das práticas religiosas menos ortodoxas, assim como a aceitação da
homossexualidade e os preceitos mais dogmáticos defendidos por alguns. A ponte
que se pretende criar entre as duas posturas torna-se o bode expiatório de sua
própria tentativa. Talvez seja justamente o caráter quase didático que envereda
tal estratégia de apresentar a diversidade dentre do grupo que termine igualmente
por enfraquecê-lo. Mesmo que psicologicamente rasos como são, a narrativa poderia
ter investido em algo que fosse além de sua mal estruturada teia em que nenhum
dos temas ou conflitos consegue ser esboçado com êxito. E, para completar, seu
final truncado e seu desenlace dramático a partir de eventos que não possuem
centralidade na trama apontada anteriormente inviabilizam qualquer tentativa de
um resultado final mais bem conseguido. Rumanni Film Works. 83 minutos.
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