Filme do Dia: The Magic Fluke (1949), John Hubley
The Magic Fluke (EUA,
1949). Direção: John Hubley. Rot. Original: Sol Barzman. Música: Del Castillo.
A Raposa e O Corvo formam um entrosado duo que apresenta suas
músicas em um clube noturno lotado de frequentadores. Certa noite, no entanto,
em meio à apresentação, chega um telegrama em que a Raposa é convocada a
trabalhar para a prefeitura pela bagatela de 50 mil dólares. Não apenas a
Raposa aceita o convite como sai de imediato do local e esnoba o corvo quando
esse surge. Agora uma celebridade da Música, a Raposa enche um monumental
teatro, porém o Corvo lhe passa uma varinha mágica que faz com que a cada ato
da regência surja algo. E a plateia finde por se postar contra o regente,
surgindo o Corvo como homem-banda.
Nessa
segunda animação da séirie Jolly Frolics,
Hubley volta a fazer dos personagens principais de seu curta anterior, a Raposa
e o Corvo, os protagonistas. E há uma evidente paródia do sucesso como
transformação do caráter ao qual sujeita sem pestanejar a Raposa. Embora o
filme dialogue com representações antropomorfizadas em papéis de regente da
música erudita, um coqueluche na época, existe o diferencial de se apresentar um visível empenho de
transformar tal material em um comentário crítico sobre o arrivismo social e o
individualismo. O filme evidentemente satiriza com o que pode e, em sua cena
mais inspirada, demonstra a versatilidade do Corvo que além de tocar um sem
número de instrumentos ainda acende o charuto da Raposa, sendo o próprio título
uma paródia de A Flauta Mágica de
Mozart e o teatro onde a Raposa se apresenta, um exagero surrealista com a
quantidade de níveis que as grandes salas de espetáculo norte-americanas se
esmeravam em ser. E, ao final, pune evidentemente não apenas pelo personagem do
Corvo – que com sua inspiração musical e cor bem poderia ser lido como um negro
– como também pela vitória da alegria da música popular sobre a impostação
afetada da música erudita, representada respectivamente na figura de seus dois
personagens, numa dimensão populista bastante praticada então, sobretudo nos
filmes de ação ao vivo. Indicado ao Oscar da categoria. UPA para Columbia Pictures.
6 minutos e 51 segundos.
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