Filme do Dia: O Espinho no Coração (2009), Michel Gondry

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O Espinho no Coração (L’Épine dans le Couer, França, 2009). Direção e Rot. Original: Michel Gondry. Fotografia: Jean-Louis Bompoint. Montagem: Marie-Charlotte Moreau. Figurinos: Florence Fontaine.

Inicia  de forma passível de ser lida como uma ficção que emula cacoetes documentais, algo nada incomum desde os anos 60, tais como o ajuste de foco em meio a cena em andamento. Pouco depois, no entanto, fica-se sabendo que o intuito desse documentário é se aproximar de uma tia de Gondry, Suzette, e sua família. O filme se avizinha de uma forma aparentemente nostálgica e leve da família Gondry, mas logo as rusgas começam a surgir. O filho de Suzette, Jean-Yves se afirma homossexual e com relação problemática com a mãe, também sua professora na escola. A mãe, afirmar ter sido ele sempre uma pessoa difícil e não necessariamente por ser homossexual, mas sim por ser um fraco. Com alguns  momentos de delicadeza, como a do reencontro da professora com duas de suas ex-alunas, que relembram as canções que cantavam na infância e são acompanhadas por Suzette, ou ainda a da encenação de uma peça infantil filmada em Super-8 e até mesmo de inócuas reconstituições, como a de Jean-Yves preso no banheiro de casa e sendo liberto pela velha mãe. Essa, quando se refere as atitudes do filho à época da morte de seu esposo, afirma ser  ele um espinho em seu coração. Mesmo sendo em vários momentos invasivo, como aquele no qual o próprio realizador concorda em estar sendo cruel ao fazer Suzette chorar ao relembrar o marido, o filme apresenta momentos nos quais as imagens de arquivo são acrescidas de alguma canção e também imagens em stop motion. Gondry é um raro caso de cineasta que transita entre Hollywood (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças) e um cinema de maior viés autoral europeu, como é o caso desse projeto. Partizan para Mars Distribution. 86 minutos.

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