Filme do Dia: L'Invitation au Voyage (1927), Germaine Dulac



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L’Invitation du Voyage (França, 1927). Direção: Germaine Dulac. Rot. Adaptado: Germaine Dulac & Irène Hillel-Erganger, a partir de um poema de Baudelaire. Fotografia: Paul Guichard & Lucien Bellavoine. Cenografia: César Silvagni. Com: Emma Gynt, Raymond Dubreuil, Robert Mirfeuil, Paul Lorbert, Tania Daleyme, Djemil Anik, Lucien Bataille.

Mulher (Gynt), cansada do marasmo de seu casamento, resolve sair para a noite e, na boate, sente-se atraída por um marinheiro (Dubreuil) do qual, após certo tempo, aproxima-se. Pouco tempo depois, no entanto, o marinheiro passa a dar atenção a outra mulher, dançando com ela, mesmo enviando flores para a primeira. A mulher decide ir embora. O marinheiro, após afastar a segunda mulher de si, sente-se triste por não ter conseguido concretizar a fantasia de leva-la a conhecer seu barco.

Nessa adaptação de um poema de Baudelaire o que mais se destaca é o forte simbolismo associado ao desejo. E aqui conquistando uma representação apropriada ao imaginário sobre o desejo feminino, bem menos objetivo e visual que o masculino, e repleto de simbologia e evocações que bem poderiam justificar o título – “o convite a uma viagem” – para além desse também ser o nome da boate no qual se encontram e se encontrar gravado no barquinho que ele compra para ela. Trata-se, sem dúvida, do convite a uma viagem pelos devaneios de sua protagonista. Nesse sentido, sua cartela inicial já justifica, talvez à guisa de uma possível rejeição do espectador que se trata de “uma história simples”. Na sua ânsia por um cinema puro, existe uma negação ao máximo das cartelas, associadas ao dramático tradicional, ao literário, ao teatral e o desejo de se aproximar das artes visuais e da música, sendo essa uma importante peça de articulação com as imagens – composta aqui, para a versão de 2002. 36 minutos.

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