Filme do Dia: Janaína, a Virgem Proibida (1972), Olivier Perroy
Janaína, a Virgem Proibida (Brasil, 1972). Direção, Rot.
Original e Fotografia: Olivier Perroy. Música: Egberto Gismonti. Montagem:
Olivier Perroy & Silvio Renoldi. Com: Ronnie Von, Marlene França, Raul
Cortez, Cyl Farney, Olívia Salles, Cynira Arruda, Luiz Lopes Correa, Mara
Duval.
Ricky Ricardo (Von), no auge de seu
sucesso como cantor pop, decide abandonar o estrelato, as pressões dos fãs e do
empresário Tony Morely (Farney) e a família, composta por uma mãe dominadora
(França) e um irmão cruel, Raul (Cortez), que acredita ter assassinado, para
morar na Bahia, onde acolhido por prostitutas, apaixonar-se-á pela enigmática
Janaína (França). Janaína, no entanto, desaparecerá misteriosamente nas águas do mar. Tony o reencontra e tenta faze-lo voltar à
carreira, levando Raul consigo. Ricky, no entanto, prefere buscar por Janaína e
também desaparece.
Mesmo integrado a uma filmografia que
ficou conhecida popularmente como pornochanchada, dirigindo ainda nessa linha A Infidelidade ao Alcance de Todos
(1972) e Efigênia Dá Tudo Que Tem
(1975), o filme em questão não parece se enquadrar perfeitamente aos moldes desse
modelo ou de qualquer outro. Pelo contrário, sua falta de propósito faz com que
trafegue entre modestas cenas picantes de nudez, que poderia se enquadrar ao
gênero, ou apontam para algo calcado na persona
de galã-cantor de Von em seu prólogo, mas fica apenas com o primeiro adjetivo
de seu protagonista, explorado em longos closes que tiram partido de seus olhos
verdes, sendo o afastamento do mundo artístico uma impossibilidade de ter essa
faceta. Sobra então longos planos da corte amorosa do casal principal,
referências rasteiras ao mundo dos cultos afro-brasileiros e a capoeira, uma
visão idílica de um Nordeste de pessoas “simples” como afirma o cantor e uma
tentativa de embasar a crise do personagem a um edipianismo mal curado (a atriz
que vive a mãe é a mesma que viverá Janaína). Precariamente amador, chegando ao
cúmulo de ter sequências inteiras filmadas com uma câmera de visor sujo, o que
apenas pode chamar a atenção nesse filme é involuntariamente uma certa
liberdade irresponsável que surge de tanta improvisação e falta de foco em
relação à narrativa. Cinidistri/Olho Fotografia e Cinematografia. 85 minutos.
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