Filme do Dia: A Liberdade (1929), Leo McCarey


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A Liberdade (Liberty, EUA, 1929). Direção: Leo McCarey. Rot. Original: Leo McCarey & H.M. Walker. Fotografia: George Stevens. Música: Richard C. Currier & William H. Terhune. Com: Stan Laurel, Oliver Hardy, Sam Lufkin, James Finlayson, Jack Hill, Harry Bernard, Jean Harlow, Ed Brandenburg.

Dois fugitivos de um presidio (Laurel e Hardy) conseguem alcançar um carro de seus comparsas. Na pressa da fuga, eles trocam a farda de presos por suas próprias, mas se enganam com as calças. Quando buscam locais para desfazer o equívoco sempre são flagrados por pessoas, inclusive policiais. Procuram um arranha-céu em construção, mas o elevador parte com eles ao topo e lá passam agruras em uma altura fenomenal, tendo que equilibrar-se entre os exíguos blocos de ferro.

No momento das estripulias do alto do prédio o filme é evocativo de aventuras similares de Harold Lloyd, porém a parte mais saborosa se concentra na sua primeira metade, com um prólogo que parte de uma equiparação devidamente pomposa de um louvor à liberdade a qual se refere ao título, apelando para a tradição histórica do país (incluindo referências a Washington e Lincoln, assim como a Estátua da Liberdade) que logo se traduzirá na melhor cena do filme, que apresenta a dupla correndo desesperada de um policial. Não menos divertidos são os momentos em que pretendem trocar de calças e são sempre flagrados por olhares em sua maior parte condenatórios que implicitamente sugerem que ambos se despem para um encontro sexual furtivo ou algo do gênero. Quando se chega a sequencia do alto do edifício, que não parece fazer uso de montagem de imagens – caso seja, a técnica de efeitos é surpreendentemente melhor do que a que acompanha todo o cinema clássico americano sonoro, o que parece improvável – o filme acaba perdendo o  ritmo  bem construído anteriormente. Ao final uma típica gag de desenho-animado se dá quando o policial que pretende subir o prédio para prende-los é esmagado pelo elevador que desce e sai reduzido  a altura de um anão. McCarey se tornaria uma referência da comédia sonora, dirigindo alguns dos filmes mais lembrados dos Irmãos Marx e é interessante observar como a dupla rapidamente se adaptou ao universo sonoro ao contrário de seus colegas mais famosos como Harold Lloyd, Buster Keaton e Chaplin – sendo que os dois primeiros sequer conseguiriam efetuar de forma tranquila e com o mesmo apelo de público essa transição. O fotógrafo Stevens se tornaria um dos cineastas mais renomados do país nos anos 1950.  Hal Roach Studios para MGM. 20 minutos.

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