Filme do Dia: The Water Nymph (1912), Mack Sennett




The Water Nymph (EUA, 1912). Direção: Mack Sennett. Com: Mabel Normand, Mack Sennett, Ford Sterling, Gus Pixley, Edward Dillon, Mary Maxwell.

George (Sennett) convida sua namorada (Normand), que ainda não apresentou aos pais à praia, pois o pai, subitamente energizado, quer se divertir e paquerar. Ao lá chegarem, o pai se sente atraído justamente pela namorada de George e lhe corteja, abandonando a mulher na mesa do restaurante. O encontro dos quatro à mesa ao final é o momento em que George a apresenta aos pais, ainda que o pai não disfarce sua frustração.
Esse, que é considerado o primeiro curta que Sennett realizou com suas “bathing beauties” (ironizadas de forma marcante em Flim Flam Films, animação com o Gato Felix) praticamente deixa em segundo plano o amor cortês e apropriado entre os jovens para apresentar a lubricidade do velho pai. Como era costume na época, a figura feminina surge como completamente passiva aos cortejos de outro homem, mesmo se encontrando engajada numa relação, pois só assim se explica sua interação quase simultânea com pai e filho. No plano visual, ainda que o filme faça uso da profundidade de campo em alguns momentos, parece bastante atrelado a entradas e saídas laterais de cena que remetem diretamente ao universo do vaudeville do qual é herdeiro. A gesticulação exagerada de Ford Sterling como o pai “fogoso” remete, ainda que de forma mais sutil, ao momento anterior da comédia mais plenamente associada ao Primeiro Cinema, como os filmes de perseguição. Trata-se de uma cópia relançada em 1944 com o título The Beach Flirt, em comemoração aos “50 anos do cinema”. Nos tempos já do cinema clássico, essa atração entre pai e filho pela mesma mulher, novamente com o papel do homem mais velho como portador de uma lubricidade inapropriada para as relações sociais associadas ao amor cortês será desenvolvida com maestria em Meu Filho é Meu Rival (1936), sob o viés dramático. Keystone Film Co. para Mutual Film. 7 minutos e 47 segundos.

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