Filme do Dia: Minha Querida Brigitte (1965), Henry Koster
Minha
Querida Brigitte (Dear Brigitte, EUA,
1965). Direção: Henry Koster. Rot. Adaptado: Nunnally Johnson & Hal Kanter, a partir do romance Erasmus with Freckles. Fotografia: Lucien
Ballard. Música: George Dunning. Montagem: Marjorie Fowler. Dir. de arte:
Malcolm Brown & Jack Martin Smith. Cenografia: Steven Potter & Walter
M. Scott. Figurinos: Moss Mabry. Com: James Stewart, Fabian Glinys Johns, Cindy
Carol, Bill Mumy, Ed Wynn, John Williams, Jack Kruschen, Howard Freeman, Jane
Wald.
Um apatetado professor de literatura e poeta,
Robert Leaf (Stewart) vive na região da Baía de San Francisco e pretende
acobertar o dom do filho Erasmus (Mumy), que consegue resolver cálculos com a
rapidez de um computador. Descoberta por uma professora, logo a notícia chega
aos jornais, mesmo a professora tendo prometido a família silêncio. Trata-se da
gota d’água já que Leaf vive as turras com alunos cada vez mais interessados em
seguirem carreiras nas ciências exatas. Erasmus possui uma atração secreta pela
estrela do cinema francês Brigitte Bardot, a quem escreve cartas. Em pouco tempo, Erasmus se torna uma
celebridade e a mídia o persegue na escola ou em casa, um barco atracado. A
primeira a tentar tirar partido da genialidade do irmão na família é Penny (Carol),
sua irmã mais velha. E alguns outros conflitos na família surgem. Leaf pretende
fazer uso da habilidade do filho para incentivar o estudo das humanidades.
Porém, Peregrine Upjohn (Williams), seu sócio no projeto, tem um objetivo mais pragmático: fugir com o
dinheiro. Erasmus recebe resposta de Bardot o convidando a conhecê-la. Após
muita pressão do filho, Leaf, mesmo contra a vontade de Upjohn, decide viajar
para a França, onde ambos visitam a casa da estrela, que presenteia Erasmus com
um cãozinho.
Francamente aborrecido, esse filme,
grandemente dependente dos intermináveis e aborrecidos diálogos, é um veículo
para Stewart, já em início de declínio em sua carreira, assim como pretende
gerar frutos ao associar seu título à musa do cinema francês no auge de sua
carreira, Bardot, que surge ao final. Sua narrativa é comentada a todo momento
por um não menos aborrecido personagem vestido como marinheiro e que não não
possui outra função na vida que observar a vida de Robert Leaf e seus próximos.
Stewart parece reciclar o seu papel de idealista excêntrico e incorruptível dos
filmes de Capra – há inclusive uma menção direta por parte da personagem a leis
de proteção social dos tempos de Roosevelt -
com o mesmo semblante grave e gestos. E, para além das referências ao
universo do cinema, é o clichê da “alma de poeta” que justifica sua postura
pouco prática e inábil com uma sociedade
agressivamente competitiva. Como Bardot proibiu sua inclusão nos créditos dessa
produção o título do filme, que originalmente seria o mesmo do romance ao qual
foi adaptado, foi mudado para ressaltar a sua presença nele. 20th Century Fox
Film Corp. 100 minutos.
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