Filme do Dia: Entre o Céu e o Inferno (1956), Richard Fleischer
Entre o Céu e o
Inferno (Between Heaven and Hell, EUA, 1956). Direção: Richard
Fleischer. Rot. Adaptado: Harry Brown, baseado no romance de Francis Gwaltney.
Fotografia: Leo Tover. Música: Hugo Friedhofer. Montagem: James B. Clark. Dir.
de arte: Addison Hehr & Lyle R. Wheeler. Figurinos: Walter M. Scott &
Charles Vassar. Figurinos:
Charles Le Maire & Mary Wills. Com: Robert Wagner, Terry Moore, Broderick
Crawford, Bubby Ebsen, Robert Keith, Brad Dexter, Mark Damon, Ken Clark.
Na Segunda Guerra, Sam Gifford (Wagner)
é um inescrupuloso comerciante de algodão, que explora seus colonos, provocando
a ira de sua esposa Jenny (Moore), filha do renomado Coronel Cousins (Keith).
Gifford, contra sua vontade, é convocado para a guerra e lá é convidado a
receber a estrela de prata por um ato heróico, embora tenha ficado traumatizado
com a morte do melhor amigo em uma ação desastrada de um tenente que Gifford quase
mata. Como punição, ele é transferido para o batalhão de Waco (Crawford),
inescrupuloso capitão que não se escusa em enviar Gifford para missões
perigosas e sem sentido. Numa delas todo o batalhão, com exceção de Gifford e
do soldado Willie Crawford (Ebsen), morre. Depois de tudo que passou,
Gifford pretende dar um tratamento mais humano aos seus colonos e contratar
Crawford como motorista.
Embora o filme inicie com uma
aparentemente anárquica visão do Exército, na figura escrachada de Waco, logo
pipocam os clichês referentes a heroísmo, traumas, perseguição por parte de um
superior inescrupuloso e salvação moral do protagonista, veículo para o então
galã Wagner. Ridiculamente centrado na figura de Gifford, a narrativa é
entremeada por flashbacks em que “do inferno” o mesmo recorda o
“paraíso”, embora esse mesmo paraíso significasse o inferno de seus
trabalhadores. Seu trama psicológico, provocado por testemunhar a morte de seu
melhor amigo é tipicamente representada pelos efeitos dramatúrgicos caricatos
da época (e que continuariam a fazer escola até hoje, como comprova Rain Man)
em um nada discreto tremor dos braços. A aula de “regeneração moral” vivenciada
por Gifford é involuntariamente cômica, quando um agora “consciente” Gifford à
beira de ser capturado e morto pelas tropas inimigas afirma que se salvar irá
dar emprego de motorista ao ex-colono que é seu único parceiro sobrevivente no
fim da batalha. Típica produção de guerra da época, em cinemascope e cores
berrantes, e a exemplo de Os Deuses Vencidos, igualmente produzida pela
20th Century-Fox. 94 minutos.
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