Filme do Dia: Cidade Negra (1950), William Dieterle
Cidade
Negra (Dark City, EUA, 1950).
Direção: William Dieterle. Rot. Adaptado: John Meredyth Lucas, Ketti Frings
& Larry Marcus, baseado no conto do último, No Escape. Fotografia: Victor Milner. Música: Franz Waxman.
Montagem: Warren Low. Dir. de arte: Franz Bachelin & Hans Dreier.
Cenografia: Sam Comer & Emile Kuri. Figurinos: Edith Head. Com: Charlton Heston, Lizabeth
Scott, Viveca Lindfors, Dean Jagger, Don DeFore, Jack Webb, Ed Begley, Harry
Morgan, Mark Keuning, Mike Mazurki.
Confiante
na vitória no dia anterior, o oficial da aeronáutica Arthur Winant (DeFore)
morde a isca e retorna, no dia seguinte, para jogar com Danny Haley (Heston) e
seus amigos. Ele perde o cheque de 5 mil dólares que não era dele próprio.
Desesperado, suicida-se. O irmão, Sidney (Mazurki), revoltado, vinga-se nos
jogadores daquela noite, assassinando Barney (Begley). Temeroso do que está
porvir, assim como o investigador Garvey (Jagger) e a namorada e cantora de
boate Fran Garland (Scott), Danny vai de Nova York a Los Angeles e passa-se por
agente de seguros, buscando informações de Sidney com a viúva Victoria
(Lindfors). Victoria envolve-se com Danny. Augie (Webb), o outro jogador da
noite, também é morto. Quando encontra-se igualmente próximo de ser morto por
Sidney, Danny é salvo pela polícia.
Esse
filme noir de exuberante fotografia
traz um Heston em sua estréia com alguns dos tiques de sujeito
misterioso dotado de grande sex-appeal
que seria radicalizado pelo contemporâneo Brando, assim como uma Lizabeth Scott
(atriz de curta carreira e grande carisma) de voz grave e sensual, modelada em
Lauren Bacall, cantando várias canções, que ajudam a ritmar a narrativa e a
enfatizar a atmosfera soturna típica do gênero. Em meio ao cinismo peculiar ao
universo noir, não falta a misoginia
beirando a cafetinagem de Danny que
incentiva a aproximação de Arthur de sua garota. Embora o filme prenda a
expectativa, é menos original e mais preso às convenções noir que outra
incursão de Dieterle no mesmo gênero, A Acusada (1948), de temática igualmente
ousada. Paramount. 98 minutos.
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