Filme do Dia: A Noite do Lobisomem (1961), Terence Fisher
A Noite do Lobisomem (The Curse of
the Werewolf, Reino Unido, 1961). Direção: Terence Fisher. Rot. Adaptado: Anthony
Hinds, baseado no romance The Werewolf of Paris, de Guy Endore. Fotografia: Arthur Grant. Música: Benjamin Frankel. Montagem: Alfred Cox. Dir. de arte: Bernard Robinson
& Don Mingaye. Com: Oliver Reed, Clifford Evans, Catherine
Feller, Richard Wordsworth, Hira Talfrey, Anthony Dawson, John Gabriel, Justine
Walters, Warren Mitchell, Yvonne Romain, Ewen Solon, Loraine Carvana.
Um mendigo (Wordsworth) chega ao castelo
medieval espanhol do Marquês Siniestro
(Dawson) no século passado. Esse, um sádico nato e recém-casado, humilha o
mendigo e o compra para sua mulher. Esquecido no porão do castelo, ele passa a
viver como um animal, tendo como único contato humano a garota (Carvana) muda
que lhe alimenta. Quando cresce a garota recusa as carícias do Marquês que a
manda prender. Presa junto do mendigo, ela é violada por este. Consegue fugir e
é acolhida em um vilarejo proximo, na propriedade de don Alfredo (Evans). Aos
cuidados de sua criada, Teresa (Talfrey), a jovem tem um filho no mesmo dia e
hora do nascimento de Jesus, um prenúncio negativo segundo a criada. Ela morre
após o parto. O menino, Leon (Walters) é criado como filho por Alfredo. No
entanto, desde pequeno, se transforma em Lobisomem e mata os carneiros da
região, após ter provado do sangue de um animal morto pelo caçador Pepe
Valiente (Mitchell). Quando Alfredo fica sabendo de tudo, ele se consulta com
um padre (Gabriel), que afirma que o amor é a única forma de resguardá-lo da
maldição. Com o amor de Alfredo e Teresa, o jovem se desenvolve sadiamente e
não ocorrem mais incidentes do gênero. Já rapaz (Reed), pretende partir e
seguir seu próprio rumo. Numa aldeia próxima é convidado para trabalhar na
adega de Don Fernando (Solon), rico proprietário, cuja filha, Cristina
(Feller), se apaixona perdidamente, à primeira vista, por Leon. Igualmente
apaixonado, Leon passa a viver um relacionamento com a jovem, que se encontra
prometida a um filho da nobreza local. Porém ao ser chamado pelo colega de
trabalho a uma taverna no final de semana, Leon volta a se transformar no
lobisomem e mata uma prostituta e o amigo, retornando a casa de Alfredo depois
do ocorrido. Após escutar do padre que talvez seja melhor que fique preso, Leon
foge desesperado por não ter controle da situação. É preso. Pede que chamem Alfredo. E quando este chega, implora a
ele e o padre que o sacrifiquem ou que deixem que Cristina permaneça com ele –
já percebera que, com ela, não ocorria a transformação em noite de lua cheia.
Porém o prefeito não dá ouvidos e Leon mais uma vez se transforma, assassina o
colega de cela, e foge, deixando a cidade em polvorosa e a sua caça. O próprio
Alfredo se encarrega de matá-lo na torre da igreja.
Dando uma seqüência a uma tradição
consolidada na década de 30 nos estúdios Universal, a produtora inglesa Hammer
entre o final da década de 50 e meados da década seguinte também investiu na
linha de filmes com monstros clássicos, dos quais o principal realizador foi
precisamente Fisher. O filme, provavelmente como recurso para realçar suas
extravagantes cores e cenários e também inovar contra o já batido cenário
gótico em que se ambientam as produções do pré-guerra, preferiu ambientar a
história em uma exótica e menos explorada Espanha recriada em estúdio. O
resultado é desconcertantemente canhestro em termos de pífias interpretações –
com especial destaque para Reed que, longe de despertar o senso trágico de se
saber dividido entre o bom caratismo e a bestialidade, apenas desperta um
involuntário senso cômico – e um roteiro recheado de clichês de quinta
categoria, como o amor à primeira vista entre ele e Cristina ou a crueldade dos aristocratas. Hammer. 91
minutos.
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