The Film Handbook #62: Larry Cohen
Larry Cohen
Nascimento: 20/04/1947, Chicago, Illinois, EUA
Carreira: 1972-
Sem ter acesso aos benefícios dos caros efeitos especiais, os filmes de baixo orçamento de Larry Cohen, no entanto, permanecem notáveis por sua engenhosidade, originalidade e elegante desrespeito pela lógica narrativa.
Após anos escrevendo para a televisão, a primeiras obra cinematográfica de Cohen foi no gênero sensacionalista negro com O Chefão de Nova York/Black Caesar e Hell Up in Harlem, filmes de ação eficientes, enquanto Bone (Dial Red for Terror) transformava um encontro ameaçador entre um negro e um casal branco burguês em um ataque quase pinteresco aos valores americanos. Nasce um Monstro/It's Alive>1 levou o estilo provocativo de Cohen um passo adiante. Ao mapear a sede de sangue de um bebê mutante (produto das drogas do pré-natal) ele ridicularizou o então popular gênero de horror com crianças demoníacas (as crianças massacram a equipe do hospital ao nascerem) e provarem as qualidades anti-sociais do parentesco: o pai desiste de matar sua progenitura para protege-lo contra a polícia a todo custo.
Foi Deus Quem Mandou/Demon>2 foi um semelhantemente ultrajante híbrido de filme de ação policial, ficção-científica e alegoria religiosa no qual um detetive católico atormentado pela culpa investiga assassinatos cometidos por atiradores que reivindicam ser Deus seus incitadores, descobrindo que o culpado - um Messias andrógino gerado por um pai alienígena - é seu irmão. Igualmente subversivo F.B.I - Arquivo Secreto/The Private Files of J. Edgar Hoover>3 localiza as sementes da corrupção da política americana nas mãos de um paranoico e sexualmente reprimido chefe do FBI. Na verdade, muito da obra de Cohen diz respeito ao desejo por, e abuso, de poder. Em Q - A Serpente Alada/Q-The Winged Serpent>4, um criminoso sem esperança mantém Nova York refém ocultando o paradeiro do ninho da serpente mortal; em Special Effects, um diretor filma os assassinatos, numa tentativa de reviver sua decadente carreira com o sensacionalismo de seu filme de ação realista; A Coisa/The Stuff ataca engenhosamente a ética corporativa da comida junk, responsável por vender uma sobremesa com um parasita que devora as entranhas de seus consumidores.
Sátira social à parte, Cohen revela-se em absurdas digressões das tramas e gags. A narrativa do renascimento letal do deus réptil asteca Quetzalcoatl de Q é repleto de diálogos delirantes ("Talvez sua cabeça se soltou e caiu"); O Jovem Lobisomem/Full Moon High, uma comédia de lobisomens e um túnel do tempo é um filme de licantropia para rapazes; em A Coisa, o herói orgulhosamente admite: "Ninguém pode ser tão imbecil quanto eu pareço". De fato, o humor desperdiçado frequentemente destrói a coerência do filme; por fim, seus filmes são demasiado episódicos e irregulares para merecerem uma consideração verdadeiramente séria. Ainda assim, sua inventiva excentricidade e um desprezo pelo "bom gosto" fazem de Cohen um talento a ser incentivado.
Nascimento: 20/04/1947, Chicago, Illinois, EUA
Carreira: 1972-
Sem ter acesso aos benefícios dos caros efeitos especiais, os filmes de baixo orçamento de Larry Cohen, no entanto, permanecem notáveis por sua engenhosidade, originalidade e elegante desrespeito pela lógica narrativa.
Após anos escrevendo para a televisão, a primeiras obra cinematográfica de Cohen foi no gênero sensacionalista negro com O Chefão de Nova York/Black Caesar e Hell Up in Harlem, filmes de ação eficientes, enquanto Bone (Dial Red for Terror) transformava um encontro ameaçador entre um negro e um casal branco burguês em um ataque quase pinteresco aos valores americanos. Nasce um Monstro/It's Alive>1 levou o estilo provocativo de Cohen um passo adiante. Ao mapear a sede de sangue de um bebê mutante (produto das drogas do pré-natal) ele ridicularizou o então popular gênero de horror com crianças demoníacas (as crianças massacram a equipe do hospital ao nascerem) e provarem as qualidades anti-sociais do parentesco: o pai desiste de matar sua progenitura para protege-lo contra a polícia a todo custo.
Foi Deus Quem Mandou/Demon>2 foi um semelhantemente ultrajante híbrido de filme de ação policial, ficção-científica e alegoria religiosa no qual um detetive católico atormentado pela culpa investiga assassinatos cometidos por atiradores que reivindicam ser Deus seus incitadores, descobrindo que o culpado - um Messias andrógino gerado por um pai alienígena - é seu irmão. Igualmente subversivo F.B.I - Arquivo Secreto/The Private Files of J. Edgar Hoover>3 localiza as sementes da corrupção da política americana nas mãos de um paranoico e sexualmente reprimido chefe do FBI. Na verdade, muito da obra de Cohen diz respeito ao desejo por, e abuso, de poder. Em Q - A Serpente Alada/Q-The Winged Serpent>4, um criminoso sem esperança mantém Nova York refém ocultando o paradeiro do ninho da serpente mortal; em Special Effects, um diretor filma os assassinatos, numa tentativa de reviver sua decadente carreira com o sensacionalismo de seu filme de ação realista; A Coisa/The Stuff ataca engenhosamente a ética corporativa da comida junk, responsável por vender uma sobremesa com um parasita que devora as entranhas de seus consumidores.
Sátira social à parte, Cohen revela-se em absurdas digressões das tramas e gags. A narrativa do renascimento letal do deus réptil asteca Quetzalcoatl de Q é repleto de diálogos delirantes ("Talvez sua cabeça se soltou e caiu"); O Jovem Lobisomem/Full Moon High, uma comédia de lobisomens e um túnel do tempo é um filme de licantropia para rapazes; em A Coisa, o herói orgulhosamente admite: "Ninguém pode ser tão imbecil quanto eu pareço". De fato, o humor desperdiçado frequentemente destrói a coerência do filme; por fim, seus filmes são demasiado episódicos e irregulares para merecerem uma consideração verdadeiramente séria. Ainda assim, sua inventiva excentricidade e um desprezo pelo "bom gosto" fazem de Cohen um talento a ser incentivado.
Cronologia
Cohen trabalha com a veia do filme-B uma vez explorada por Edgar G. Ulmer, William Beaudine e o primeiro Lewis; seu talento faz com que sua obra seja mais agradável que a de outros especialistas na fantasia moderna como Wes Craven, Tobe Hooper, Abel Ferrara e os italianos Dario Argento e Lucio Fulci.
Destaques
1. Nasce um Monstro, EUA, 1973 c/John Ryan, Sharon Farrell, Andrew Duggan
2. Foi Deus Quem Mandou, EUA, 1976 c/Tony Lo Bianco, Deborah Raffin, Sandy Dennis
3. F.B.I. - Arquivo Secreto, EUA, 1977 c/Broderick Crawford, Dan Dailey, Rick Torn
4. Q - A Serpente Alada, EUA, 1982 c/Michael Moriarty, David Carradine, Candy Clark
Texto: Andrew, Geoff. The Film Handbook. Londres: Longman, 1989, pp. 59-60.
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