Filme do Dia: Galo de Briga (1974), Monte Hellman
Galo
de Briga (Cockfigther, EUA, 1974). Direção: Monte Hellman.
Rot. Adaptado: Charles Willeford, baseado em seu próprio romance. Fotografia:
Nestor Almendros. Música: Michael Franks. Montagem: Lewis Teague. Dir. de arte:
Charles L. Hughes & Pat Mann. Com: Warren Oates, Richard B. Shull, Harry Dean
Stanton, Ed Begley Jr., Laurie Bird, Troy Donahue, Robert Earl Jones, Patricia
Pearcy, Millie Perkins.
Frank Mansfield (Oates) é um treinador de galos de briga que
tem como meta ganhar o prêmio nacional da categoria. Para tanto ele não se
importa em abandonar a companheira Dodi (Birdie) , vender a casa onde
morava os irmãos Randall (Donahue) e Frances
(Perkins) ou deixar de falar como promessa até conquistar o prêmio. Em sua
empreitada, ele ganha um aliado em Omar Baradansky (Shull), que resolve bancar
a carreira de Mansfield.
É considerado um dos melhores filmes do cultuado mas pouco
conhecido cineasta que teve sua carreira associada ao produtor de filmes de
baixo orçamento e grande apelo comercial Roger Corman. Hellman descreve a ação
de seu personagem e sua paciente trilha rumo ao objetivo sem pressa ou tiques
típicos aos filmes de ação ou jogadas melodramáticas. Há inclusive uma
atmosfera pseudo-documental que antecipa
algo de semelhante em Nashville,
sobretudo nas rinhas de galos, que
de tão realistas fizeram com que o filme fosse banido pela censura de países
como a Inglaterra – ainda que Hellman aparentemente tenha se recusado a filmar
as cenas mais violentas. Pode-se atacar o filme por esse viés ou ainda por sua
escrachada misoginia mas não no que há de mais fundamental, que é o seu
despojamento diante do que narra. Tudo é observado como de fora. Hellman se
recusa a se dobrar ao psicologismo e com um personagem que passa a maior parte
do filme completamente mudo apela apenas ocasionalmente a uma voz over que
representa alguns dos pensamentos do mesmo. Destaque para a vaporosa fotografia
de Almendros, que já havia demonstrado seu talento no cinema norte-americano
com outro iconoclasta da mesma geração, Terrence Malick (em Terra de Ninguém), para a eficiente e
comedida interpretação de Oates e para Laurie Bird, que realizaria apenas três
filmes e se suicidaria aos 25 anos alguns anos após. Artist Ent. Complex/New World
Pictures./Rio Pinto Prod. para New World Pictures. 83 minutos.
Comentários
Postar um comentário