Filme do Dia: À Flor da Pele (2005), Antony Cordier



À Flor da Pele (Douches Froides, França, 2005). Direção: Antony Cordier. Rot. Adaptado: Antony Cordier & Julie Peyr. Fotografia: Nicolas Gaurin. Música: Nicholas Lemercier. Montagem: Emmanuelle Castro. Dir. de arte e Cenografia: François Girard. Figurinos: Sophie Goudard. Com: Johan Libéreau, Salomé Stévenin, Jean-Phillipe Écoffey, Florence Thomassin, Pierre Perrier, Claire Nebout, Aurelien Recoing, Magali Woch.
Mickael (Libéreau) é um jovem talento do judô que é observado de perto pelo empresário Louis Steiner (Recoing), que pretende que ele se torne exemplar para seu filho, Clément (Perrier). Mickael, de família pobre, namora com Annie (Thomassin) desde sempre, deixa que ela se envolva também com o agora amigo Clément. Porém, após observarem os dois se encontrando em um hotel e pedindo para ele entrar posteriormente, Mickael rompe com Annie e a esmurra quando essa o provoca se aproximando de Clément, justamente no dia da competição pelo qual fizera todos os esforços para conseguir fazer parte da categoria inferior a 66 quilos. A partir de então, ele já não sabe se pretende continuar sua carreira como judoca.
Bastante irregular, o filme parece reproduzir os próprios limites de seu protagonista adolescente. Assim como Mickael não consegue conciliar os termos entre afetividade e sexualidade, o filme tampouco assume sua faceta extremamente homo-erótica, voltada sobretudo para a nudez juvenil masculina. Curiosamente, acaba por reproduzir cacoetes associados as relações afetivas entre adultos do cinema francês, deslocando-o, de modo longe de bem resolvido, para um universo adolescente. Os personagens, sem exceção, ficam ao meio termo entre a opacidade e o desenvolvimento psicológico. Porém, mais do que reproduzir os limites de Mickael, esses acabam parecendo servir apenas como pretexto para uma colagem pouco orgânica que mescla, muito desajeitadamente, comentário social, relações familiares e sexualidade adolescente. Existe desde personagens francamente desnecessários como a caricatura de empresário vivido por Recoing, patético na cena em que observa a agressão de  Mickael a Annie até situações francamente ridículas, como a do casal patinando no gelo ao som de uma melosa canção romântica, para não falar da facilidade com que despe seu jovem – e relativamente talentoso – elenco, à exemplo do contemporâneo e igualmente francês Chacun sa Nuit (2006), com o mesmo Pierre Perrier. Why Not Prod. para Bac Films. 102 minutos.


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