O Dicionário Biográfico de Cinema#163: Holly Hunter
Holly Hunter, n. Conyers, Geórgia, 1958
Não admira que Jane Campion possuísse algumas reservas quando Holly Hunter solicitou o papel central em The Piano [O Piano] (93). Hunter se estabeleceu como uma minúscula bola de fogo de energia, abrasividade sulista e falou, falou, falou. Era bonita, mas facilmente ofereceu a aparência de uma moderna e bela sulista de shopping. Mas Hunter criou o olhar severo, quase frágil de uma mulher reprimida do século XIX em quase tudo, exceto seu orgulhoso silêncio. Ela conseguiu uma performance esplêndida, e ao fazê-lo expandiu seus próprios horizontes e ganhou o Oscar. Pode o cinema americano proporcionar oportunidades iguais?
Ela veio da Geórgia rural (nada distante de Tara) e estudou no Carnegie Mellon. Sua estreia foi em The Burning [Chamas da Morte] (81, Tony Maylan), após ter interpretado na TV em Svengali [Nasce uma Cantora, Morre um Sonho] (83, Anthony Harvey); With Intent to Kill (84, Mike Robe); Swing Shift [Segundo Turno] (84, Jonathan Demme); Raising Arizona [Arizona Nunca Mais] (87, Joel Coen); A Gathering of Old Men [Assassinato na Louisiana] (87, Volker Schlöndorff); End of the Line [Fibra de Hérois] (87, Jay Russell); conquistou sua primeira indicação de melhor atriz em Broadcast News [Nos Bastidores das Notícias] (87, James L. Brooks); repete o sucesso teatral em Miss Firecracker [Tudo por uma Ilusão] (89, Thomas Schlamme); Animal Behaviour [Uma Pesquisa Romântica] (89, H. Anne Roley); ganhou um Emmy como "Roe" em Roe x Wade (89, Gregory Hoblit); Always [Além da Eternidade] (89, Steven Spielberg); Once Around [Meu Querido Intruso] (91, Lasse Hallström); Crazy in Love [Loucuras de Amor] (92, Martha Coolidge); muito divertida e indicada ao Oscar como a secretária em The Firm [A Firma] (93, Sydney Pollack); e brilhante em The Positively True Adventures of the Alleged Texas Cheerleader-Murdering Mom [Vitória a Qualquer Preço] (93, Michael Ritchie).
Continuou a se aventurar, indo da TV ao teatro provinciano ao cinema - e ainda um dos poucos filmes comerciais. Mas ela é um dos diversos exemplos vivos que o cinema comercial americano hoje é disfuncional: a policial em Copycat [Copycat: A Vida Imita a Morte] (95, Jon Amiel); Home for the Holidays [Feriados em Família] (95, Jodie Foster); Crash [Crash: Estranhos Prazeres] (96, David Cronenberg); vinda do céu em A Life Less Ordinary [Por uma Vida Menos Ordinária] (97, Danny Boyle); excelente em Living Out Loud [Volta por Cima] (98, Richard LaGravenese); Jesus' Son [O Filho de Jesus] (99, Alison Maclean); no seu melhor em Woman Wanted [Procura-se] (99, Kiefer Sutherland); Things You Can Tell Just by Looking at Her [Coisas que Você Pode Dizer só de Olhar para Ela] (00, Rodrigo García); Timecode (00, Mike Figgs); O Brother, Where Art Thou? [E Aí, Meu Irmão, Cade Você?] (00, Coen); e então para a TV, em um punhado de admiráveis histórias verídicas: Harlan County War (00, Tony Bill). e como Billie Jean King em When Billie Beat Bobby (01, Jane Anderson).
Esteve em Moonlight Mile [Vida que Segue] (02, Brad Siberling); Levity [O 5º Passo] (03, Ed Solomon); excelente como a mãe em Thirteen [Aos Treze] (03, Catherine Hardwicke); Little Black Book [A Agenda Secreta do Meu Namorado] (04, Nick Hurran); The Incredibles [Os Incríveis] (04, Brad Bird); Nine Lives [Questão de Vida] (05, Rodrigo García); The Big White [Quem é Morto Sempre Aparece] (05, Mark Mylod); e na série de TV Saving Grace. Fez Won't Back Down [A Luta Por um Ideal] (12, Daniel Barnz) e foi para a Holanda para Jackie (12, Antoinette Beumer). Sua próxima viagem foi a Nova Zelândia, onde interpretou uma guru bastante excêntrica, para se assemelhar mais a sua diretora em Top of the Lake (13, Campion).
Texto: Thomson, David. The New Biographical Director of Film. N. York: Alfred A. Knopf, 2014, pp. 1286-88.
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