Filme do Dia: La Partenza (1968), Jean-Claude Biette
La Partenza (Itália, 1968). Direção Jean-Claude Biette. Fotografia Giulio Albonico. Com Giuseppe Bertolucci, Gianluigi Calderone.
Dois
amigos discutem sobre a partida iminente de um deles (Bertolucci), jovem
professor e insatisfeito com a vida que leva na Itália, ao Marrocos. O outro amigo (Calderone) tenta
convencê-lo, a partir de argumentos como os de Virgílio, que a inexistência de
realidade acusada pelo amigo é uma questão subjetiva, e que seus problemas
continuarão os mesmos em outro lugar, pois levará consigo sua subjetividade. O
que parte ao exílio afirma que são palavras bonitas, mas que não o demoverão de
sua viagem. Escreve depois uma carta à mãe na qual explica os motivos e o tempo
que permanecerá ausente.
Esse curta
de Biette possui o encantamento dos que pretendem se expresser através de um
meio ao qual ainda inicia carreira, e que não será o que tomará como profissão
primeira – algo que, de maneira mais barroca fará, por exemplo, Djalma Limongi
Batista em seu Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora. Não menos
tocante será a expressão que isso tomará, ao mesmo tempo desejeitada e
elegante. Como é o caso do plano dos
dois amigos dentro de um veículo, a partir de um ângulo que ressalta o discreto
anti-naturalismo de sua encenação. Ou ainda, para além de seu universo
ficcional, o próprio obscurantismo que o faz invisível em várias plataformas
populares de acesso de dados sobre produções cinematográficas. E trata de forma
distanciadamente anti-sentimental, um tema que envolve afetos e decisões
disruptivas em relação à vida cotidiana levada (e criticada) de seu personagem
principal. Película restaurada pela Cinemateca Francesa.| 12 minutos.
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