Filme do Dia: A Luz Entre Oceanos (2016), Derek Cianfrance



A Luz Entre Oceanos (The Light Between Oceans, Reino Unido/Nova Zelândia/EUA, 2016). Direção: Derek Cianfrance. Rot. Adaptado: Derek Cianfrance, a partir do M.L. Stedman. Fotografia: Adam Arkapaw. Música: Alexandre Desplatt. Montagem: Jim Helton & Ron Patane. Dir. de arte: Karen Murphy & Sophie Nash. Cenografia: Rebecca Cohen. Figurinos: Erin Benach. Com: Michael Fassbender, Alicia Vikander, Rachel Weisz, Florence Clery, Jack Thompson, Thomas Unger, James Menelaus, Gary McDonald, Anthony Hayes, Caren Pistorious.  

Nos anos 20, na costa australiana, Tom Sherbourne (Fassbender) é o primeiro em tempos a tomar conta do farol, vivendo sozinho na ilha onde esse se encontra. Logo quando chega, nutre uma atração correspondida à primeira vista por Isabel (Vikander). Esta atração se transforma em namoro e casamento. Após casados, Isabel vai viver com ele, mas tem dois abortos espontâneos seguidos em três anos. Certo dia, surge uma canoa no horizonte, com um homem morto e uma criança. Por pressão de Isabel, Tom decide, após bastante relutância, enterrar o cadáver e adotar a criança como deles. Eles dão o nome de Lucy (Clery) ao bebê. Tudo vai bem até Tom conhecer a verdadeira mãe da criança, Hannah (Weisz). 

Como procelárias a anunciar a tempestade em meio a calmaria e o amor que envolve o trio de ilhéus, assim são as cenas que traduzem o quão de irritantemente puída são as estratégias tanto visuais – os planos abertos a tirar partido da paisagem portentosa, a corrida de mãe e filha observadas por trás por uma câmera também em movimento, em busca do “efeito-inefável” de Terrence Malick – quanto dramáticas dessa produção. Tudo embalado pela música mais insipidamente convencional em termos de tentativa de atiçamento dramático. Já se sabe, desde as primeiras imagens, tratar-se de uma adaptação literária, antes mesmo que a confirmação se dê nos créditos. Tudo embebido em um romanesco manipulativo de gosto vencido ao qual não falta, certamente, a clássica cena de separação entre mãe e “filha” ou a voz over de Vikander – um tanto estranhada como alguém da época em seus gestos, sobretudo ao início -  na carta lida pela filha tempos depois. Nesse momento, não falta o clipe que sintetiza os momentos de felicidade, relativamente breves, vividos pelo casal e a filha que resolvem ter por sua, evocados na missiva da mãe morta à ex-filha hoje grata, ela própria com seu bebê. Já a Fassbender sobra a imitação de seu personagem quase catatônico em termos de expressão de sentimento e fala, com o devido tratamento nada discreto hollywoodiano. Heyday Films/LBO Prod./DreamWorks/Participant Media/Reliance Ent./Touchstone Pictures para Walt Disney Studios Motion Pictures/Dreamworks. 132 minutos.  

 

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