O Dicionário Biográfico de Cinema#158: James L. Brooks




 James L. Brooks, n. North Bergen, Nova Jersey, 1940

1983: Terms of Endermeant [Laços de Ternura]. 1987: Broadcast News [Nos Bastidores da Notícia]. 1994: I'll Do Anything [Disposto a Tudo]. 1997: As Good as It Gets [Melhor é Impossível]. 2010: How Do You Know? [Como Você Sabe]

Jim Brooks é a prova viva que a televisão americana, semana após semana, pode entregar séries cômicas engenhosas, bem escritas e magnificamente interpretadas, que são devotadas a serem decentes e humanas, sem parecerem presunçosas ou idiotas. É uma conquista extraordinária e uma a ter em mente que o humor sempre nos leva a pensar o pior da televisão. Com Allan Row, três temporadas em sequencia (74-75, 75-76 e 76-77 - anos de distúrbios), Brooks venceu o Emmy de melhor série cômica, como produtor-executivo do The Mary Tyler Moore Show. Portanto, com outros colaboradores, fez a mesma coisa novamente três anos em sequencia (78-79, 79-80, 80-81 - mais anos do mesmo) com Taxi. E isto não é tudo. 

Graduou-se em NYU e uniu-se a CBS como roteirista de notícias, antes de se tornar realizador de documentários. Porém, em 1969, foi criada a série Room 222 (sobre uma escola de cidade grande) que foi ao ar até 1974, e que ganhou mais prêmios, por seu tratamento responsável dos problemas, mais que fazer grandes classificações. Mas com o MTM Show e Taxi, Brooks possuía todo o pacote - entretenimento brilhante, gente e situações críveis, uma fonte constante de responsabilidade social, e públicos bastante amplos.

Quando se moveu ao lado, aos filmes de longa-metragem, pegou um romance de Larry McMurtry e realizou um sucesso inteligente, pelo qual ganhou os Oscars de roteiro, direção e melhor filme. Uns poucos anos após, Nos Bastidores das Notícias foi somente um pouco menos bem sucedido, embora tenha sido um retrato terno da confusão e hipocrisia no fazer  televisivo. Disposto a Tudo  é o menos bom de seus filmes, porém este era um musical. Quando testes em salas demonstrava que falhava com os públicos, Brooks teve as habilidades (e a liberdade) para reeditá-lo. No entanto, é seu único grande empreendimento a resultar desapontador.

No meio tempo, para a tela pequena, também ajudou a criar The Associates (79-80, sobre advocacia), The Tracey Ulman Show (87-90), The Simpsons [Os Simpsons] (89-), e The Critic [O Crítico] (94-95). Destes, Os Simpsons foi de longe o mais inovador e ousado, por apresentar a parte suja subterrânea deste mundo otimista preferido nas séries de ação ao vivo de Brooks. Ele é creditado em 540 episódios da série. 

Brooks tem falado sobre tentar mapear o desejo de decência, um assunto dominante, pode-se supor, mas ignorado bastante em Hollywood. Há um caso a ser feito, penso, que Brooks permanece desconhecido enquanto uma personalidade - ele é um empresário de bom material, um produtor que gosta de fazer as coisas funcionarem. Não possui as arestas de, digamos, um Lubitsch ou um Buñuel. Mas naturalmente, você diria, quem pensou que a TV americana estaria aberta a tais pessoas? Verdadeiro o suficiente, mas então vamos encarar o fato que as mídias de massa podem sempre se mover em buscar de um tipo de proficiência mais adequada aos políticos que aos artistas. 

Ajudou a produzir Jerry Maguire [Jerry Maguire - A Grande Virada] (96, Cameron Crowe), e então entregou outra comédia social bastante efetiva para a tela grande, Melhor é Impossível que, na verdade, incorpora a ética da TV (ser gentil um ao outro) e emparelhou um astro do cinema (Jack Nicholson) com uma estrela da TV (Helen Hunt). Foi um filme como sabão em suas mãos - mas, depois dele, você se sentia mais limpo e melhor.

Produziu e co-roteirizou The Simpsons Movie [Os Simpsons: O Filme] (07, David Silverman).

Texto: Thomson, David. The New Biographical Dictionary of Film. N. York: Alfred A. Knopf, 2014, pp. 336-37. 

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