Filme do Dia: Sombra Mágica (2000), Hu Ann
Sombra Mágica (Xi Yang Jing/Shadow Magic,
China/Alemanha/Taiwan/EUA, 2000). Direção: Hu Ann. Rot. Original: Chen Yixiong,
Huang Dan, Hu Ann, Liu Huaizhuo, Bob McAndrew, Kate Raisz, Tang Louyi &
Zuo. Fotografia: Nancy Schreiber.
Música: Zhang Lida. Montagem: John Gilroy & Keith Reamer. Dir. de arte:
Wang Jixian. Figurinos: Huang Bao-Hong. Com: Jared Harris, Xia Yu, Xing Yufei,
Liu Peiqi, Lu Liping, Wang Jingming, Li Yusheng, Zhang Yukui, Cheng Chuang, Li
Bin.
Na China dos idos do século XX, o
jovem fotógrafo Liu Jinglun (Yu), admirador de todas as novidades tecnológicas,
acaba se aproximando do projecionista britânico Raymond Wallace (Harris), que
não consegue motivar o público a vir conhecer o que é o cinema. Jinglun não só
atrai o público como se torna seu sócio. Porém, eles passam por muitas
vicissitudes. Numa sociedade de forte tradição feudal, o cinema é encarado com
maus olhos pelas pessoas do lugar. Liu é expulso da loja de fotografias de
Mestre Ren (Peiqi), torna-se uma pessoa mal vista pelos realizadores do teatro
milenar chinês, que acreditam que o cinema está roubando seu público e, para
complicar ainda mais tudo, seu objeto de amor é justamente Ling (Yufei), filha
do artista do teatro francês mais renomado de Beijing, o Senhor Tan (Yusheng).
Por outro lado, seu pai (Jingming), revolta-se ao saber de sua expulsão da loja
de fotografia e não o aceita mais como filho. Ele passa então a viver com
Wallace. Com o convite para se apresentarem no Palácio Real, diante da
Imperatriz Xi Ci (Bin), Liu acredita que chegou o momento de se tornar
respeitável perante à sociedade local. Porém, o maquinário começa a pegar fogo
e são levantadas suspeitas de um atentado à Imperatriz. Liu é inocentado, porém
Wallace vem a ser expulso do país. Algum tempo depois, Wallace lhe manda o
material que haviam filmado na China, que é apresentado diante da população
local, que se diverte ao se ver retratada na tela. Seus antigos adversários,
inclusive o Senhor Tan, e o seu pai são alguns dos espectadores. Na cabine do
cinema poeira, a jovem Ling finalmente demonstra que pretende namorar com Liu.
Essa reconstituição ficcional do
surgimento do cinema na China apresenta uma narrativa excessivamente repleta de
clichês para soar verdadeiramente interessante. As sessões de cinema sendo um pretexto para a exibição de alguns
clássicos do primeiro cinema de Edison –
Briga de Galo, Annabelle Buterfly Dance e Lumière – L´Arrivée d´un
Train à La Ciotat, O Regador Regado,
Repas de Bébé, La Sortie de las
Usines Lumière, entre outros. Porém, no final das contas, sua opção por uma
reconstituição em que os conflitos parecem ser mais anedóticos que efetivos leva-o
a um nível de auto-condescendência
bastante comum em reconstituições históricas. Ao mesmo tempo em que acena para
a visão hoje considerada superada da Indústria Cultural soterrando a cultura
tradicional, o filme deixa presente, em certo momento, que o teatro milenar
chinês jamais deixará de atrair público, mesmo com a sedutora concorrência do
cinema. A visão bastante generosa que o filme proporciona do britânico talvez
se deva muito mais ao fato de se tratar de uma co-produção internacional (com
capital americano incluído) do que necessariamente o realizador possuir uma
visão menos xenófoba que a presente em alguns de seus conterrâneos. Beijing Film Studio/C
& A Productions/Central Motion Pictures Co./China Film/Filmstiftung
Nordrhein-Westfalen/Post Production Playground/Road Movies/Schulberg Productions/Taiwan
Central Motion Picture Co. 116 minutos.
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