O Dicionário Biográfico do Cinema#62: Claire Danes

 



Claire Danes, Nova York, 1979

Carrie Mathison em Homeland é um dos personagens essenciais dos idos do século XXI: ela batalha por respeito em um mundo dos homens; desejava se encontrar apaixonada, mas possui um emprego fundado na desconfiança; é muito atraente, mas não uma série linda. Ela é bastante esperta, mas faz coisas estúpidas ou desordenadas - portanto, algumas vezes se apaixona por um homem que suspeita ter praticado uma ação terrorista mortal. É uma intelectual emocional e auto-destrutiva que deseja salvar o mundo; ela é bipolar. E interpretada por Claire Danes. Ainda que "jogada" seja um pouco contida ou gentil como descrição. Danes luta com Carrie. Fode com ela e a odeia. É uma façanha rara.

Danes veio de um meio inteligente e criativo - seu avô foi reitor da Universidade de Arte e Arquitetura de Yale. Sua educação se deu na Dalton School, a New York Lab School for Colaborative Studies e o Lycée Français em Los Angeles. Fez um pouco de televisão quando, em 1994 ganhou o papel principal de Angela Chase na série My So-Called Life. Durou apenas uma sessão mas é reverenciada hoje como uma abordagem pioneira da experiência adolescente. Foi um sinal precoce que Danes não se encaminhava para papéis de mulheres facéis, sensuais ou idiotas. 

Seu primeiro papel na tela grande foi de Beth em Little Women [Adoráveis Mulheres] (94, Gillian Armstrong). Interpretou a jovem Anne Bancroft em How to Make an American Quilt [Colcha de Retalhos] (95, Jocelyn Moorhouse) e a filha de Holly Hunter em Home for the Holidays [Feriados em Família] (95, Jodie Foster). Foi a neta de Jeanne Moreau em I Love You, I Love You Not [Ben-Me-Quer, Mal-Me-Quer] e a filha de Michelle Pfeiffer em To Gilliam on her 37th Birthday (96, Michael Pressman). Foi então a magnífica e decidida contraparte de Leonardo DiCaprio em Romeo+Juliet (96, Baz Luhrmann) - grande sucesso mundial. 

Aos 17 foi preparada para ser uma grande estrela - porém conseguiu contornar a situação, e partiu para alguns filmes excêntricos: U-Turn [Reviravolta] (97, Oliver Stone); The Rainmaker [O Homem Que Fazia Chover] (97, Francis Ford Coppola); Cosette em Les Misérables [Os Miseráveis] (98, Billie August); Polish Wedding [Casamento Polonês] (98, Theresa Connelly); com Omar Epps e Giovani Ribisi em The Mod Squad [Mod Squad: O Filme]; sobre grande estresse na Tailândia em Brokedown Palace [A Viagem] (99, Jonathan Kaplan). Teve uma pausa para a educação antes de Igbsy Goes Down [A Estranha Família de Igby] (02, Burr Steers); como filha de Meryl Streep em The Hours [As Horas] (02, Stephen Daldry); It's All About Love [Dogma do Amor] (03, Thomas Vinterberg); Terminator 3: Rise of the Machine [O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (03, Jonathan Mostow); como a costureira que pretende atuar em Stage Beauty [A Bela do Palco] (04, Richard Eyre); Shopgirl  [Garota da Vitrine] (05, Anand Tucker); The Family Stone [Tudo em Família] (05, Thomas Bezucha); uma cantora em Evening [Ao Entardecer] (07, Lajos Koltai); Stardust [Stardust: O Mistério da Estrela] (07, Matthew Vaughn); com Richard Gere em The Flock [Justiça a Qualquer Preço] (07, Andrew Lau); foi picante e divertida em Me and Orson Welles [Eu e Orson Welles]  (08, Richard Linklater).

Então, mudou-se para a televisão, não apenas com Homeland, mas como protagonista em Temple Grandin (10, Mick Jackson). Ganhou Emmy por ambos os programas.

Texto: Thomson, David. The New Dictionary of Film. Nova York: Alfred A. Knopf, pp. 627-8. 




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