Filme do Dia: O Mundo Fabuloso de Billy Liar (1963), John Schlesinger
O Mundo Fabuloso de Billy Liar (Billy Liar, Reino Unido, 1963). Direção:
John Schelsinger. Rot. Adaptado: Willis Hall & Keith Waterhouse, baseado na
peça de Willis Hall & Keith Waterhouse e no romance do último. Fotografia:
Denys N. Coop. Música: Richard Rodney Bennett. Montagem: Roger Cherrill. Dir.
de arte: Ray Simm. Cenografia: Ken Bridgeman. Figurinos: Laura Nightingale.
Com: Tom Courtenay, Wilfred Pickles, Mona Washbourne, Ethel Griffies, Finlay
Currie, Gwendolyn Watts, Helen Fraser, Julie Cristhie, Leonard Rossiter, Rodney
Bewes, George Innes, Leslie Randall.
O jovem de classe baixa William
“Billy” Fisher (Courtenay) vive às turras com sua família, não conseguindo dar
conta das poucas obrigações na funerária onde trabalha, envolvendo-se com duas
garotas ao mesmo tempo, Rita (Watts) e Barbara (Fraser), mas se sentindo
realmente atraído por Liz (Cristhie). Inseguro e fantasioso, cria mentiras e até mesmo um país fantástico,
Ambrósia, para fugir da medíocre realidade cotidiana. Espalha para todos os
amigos que deixará o emprego para ser roteirista do famoso comediante Danny
Boon (Randall), em Londres, e quando decide finalmente partir para Londres com
Liz, após saber da morte da avó no hospital (Griffies), de última hora desce do
trem.
Esse que é um dos filmes mais famosos
do que ficou conhecido como kitchen sink,
o eqüvalente inglês da Nouvelle Vague francesa, é fiel às características do
movimento por sua pouca inventividade em termos formais em comparação com a produção francesa e sua
preocupação de crítica social ausente nos franceses. Seu retrato do universo
proletário acaba soando menos poético e talentoso que o presente nos filmes de
Tony Richardson, tais como Odeio EssaMulher (1958) e Um Gosto de Mel
(1961). O frequente recurso em enveredar pelas fantasias de grandeza do protagonista
poucas vezes são verdadeiramente cômicas e, pior, sua caracterização do
personagem soa paternalista, auto-condescendente e patética. Mesmo ao final,
quando se pode imaginar que a recusa de Billy de enfrentar Londres poderia ter
como motivo o que se mãe admoestara há pouco a respeito dele estar apenas
querendo fugir da realidade não se concretiza, já que ao retornar para casa,
volta imediatamente ao seu mundo de fantasia, insistindo portanto na repetição
e imaturidade. A bela, sedutora e jovem Cristhie – possuía então não mais que
23 anos - que se tornaria coqueluche do cinema inglês dos anos 60, faz uma de
suas primeiras participações no cinema. A obra voltou a ser adaptada para a
televisão em 1973 e 1979. Anglo-Amalgamated/Vic Film Productions. 98 minutos.
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