Filme do Dia: A Romance of the Rail (1903), Edwin S.Porter




A Romance of the Rail (EUA, 1903). Direção: Edwin S. Porter. Rot. Original: Wendell P.Colton. Com: Marie Murray.
Casal enamorado viaja de trem, namora durante a viagem e resolve se unir com as bênçãos de um religioso no próprio trem.
Cerca de dois meses apenas antes do lançamento de seu clássico O Grande Roubo do Trem, Porter já aqui faz uso da ferrovia – por sinal, com finalidade bastante distinta – em que uma das cenas mais longas é a que o casal enamorado, ao final do trem, vivencia seu namoro e ao mesmo tempo comenta motivos que observa na paisagem (e dos quais, o espectador não toma de fato conhecimento quais sejam). Embora não fique exatamente evidente se havia conhecimento prévio um do outro antes da viagem, o fato de ambos viajarem de branco e do rapaz já vir munido com uma flor e haver uma satisfação demasiado imediata quando ocorre o primeiro contato visual entre ambos, parece sugerir, a bem da verossimilitude do filme, que já existia prévio conhecimento. Se a cena mais longa é do flerte e conversa sob trilhos, acompanhada de forma interessante e não muito comum, pela câmera, sem ser uma trucagem como habitualmente se fazia uso em imagens que representam personagens dentro de um trem em movimento (algo abundantemente visto no próprio O Grande Roubo do Trem), de longe a mais divertida é a que surge um representante eclesiástico para sacramentar a união do casal, proveniente do interior do trem e fazendo uso do balcão do mesmo como altar. Trata-se de uma paródia à uma publicidade da época. Edison Manufacturing Co. 4 minutos e 27 segundos.


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