Filme do Dia: Constantino (2011), Otávio Cury
Constantino
(Brasil/Irã/Líbano/Turquia/Síria, 2011). Direção e Rot. Original: Otávio Cury.
Fotografia: Raquel Burst & Otávio Cury.
Numa viagem da família a Damasco, em pleno setembro de 2001, o
realizador se depara com um livro com as obras completas de seu bisavô, figura
renomada no mundo das artes e da religião ao final do século XIX. A partir daí
passa a investigar sobre o seu bisavô e avô, traduzindo para o português as
obras de Daud Constantino Al-Khoury.
Prejudicado pela forma conscientemente atravessada e confusa com
que constrói sua narrativa, entremeando tempos e acontecimentos, o filme se
torna uma aborrecida e auto-complacente incursão a algo que não parece
representar nada nem mesmo para o próprio realizador, quanto mais ao
espectador. Reúne desde as imagens filmadas pelos percursos traçados por Cury e
algumas entrevistas, evidentemente pela
própria equipe, até em menor escala fotos fixas, imagens de arquivo e
encenações de trechos de peças de Khoury que tampouco se sabe a que vieram e
que importância teria ao olhar contemporâneo. Se se pretende frisar a
incompletude e negar ao espectador uma narrativa redonda ou ainda remeter ao
caráter performático das atitudes humanas, o que soçobra é a aparente
gratuidade com que tudo é exposto, mas parecendo um cansativo exercício de
linguagem. Sua proposta remete a outras incursões autobiográficas sobre
antepassados familiares no cinema documental brasileiro, notadamente 33 e Um Passaporte Húngaro. 80 minutos.
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