Filme do Dia: Mal dos Trópicos (2004), Apichatpong Weerasethakul
Mal
dos Trópicos (Sud Pralad,
Tailândia/França/Alemanha/Itália, 2004).
Direção e Rot.
Original: Apichatpong Weerasethakul. Fotografia: Jaring Pengpanitch, Vichit
Tanapanitch & Jean-Louis Vialard. Montagem:
Lee Chatammetikool & Jacopo Quadri. Dir. de arte: Akekarat Homlaor.
Figurinos: Pilaitip Jamniam. Com: Banlop Lomnoi, Sakda Kaewbuadee, Huai Dessom,
Sirivech Jareonchon, Udom Promma.
O soldado Keng (Lomnoi) e o jovem, ingênuo e analfabeto Tong
(Kaewbuadee) vivem uma singela história de amor em meio a floresta tailandesa.
Certo dia, uma mulher leva-os para conhecer uma gruta onde existe um templo
budista. Na mesma floresta, há uma tradição a respeito de um espírito encarnado
em um tigre que mata homens e animais.
Um xamã (Lomnoi) pretende capturar o espírito, que também é
personificado na figura de um homem nu (Kaewbuadee).
Essa incomum produção, praticamente conta duas narrativas em
uma, sem qualquer ligação evidente entre ambas. Ocorre sim, não apenas uma
ruptura narrativa como igualmente estilística. Ao mesmo tempo que não se
acompanha mais a história de amor sugerida entre Tong e Keng, de padrões ainda
bem mais convencionais, com diálogos, a segunda parte do filme é prenhe de um
certo obscurantismo quase impenetrável, associado à mitologia peculiar a que a
narrativa se refere. Enquanto na primeira parte, segue-se uma dramaturgia
pontuada por bom humor e leveza, como na seqüência em que um dos amantes cheira
carinhosamente a mão do outro que acabara de urinar, na segunda o que
prepondera são os planos por vezes longuíssimos sem qualquer ação de motivação
narrativa explícita. Imagens de natureza passam a ganhar relevância, porém se
trata menos de uma exaltação da natureza por si só que o caráter místico a ela
associado – presente tanto no macaco falante, na árvore majestosamente
iluminada por pirilampos e na figura transcendental do tigre. Prêmio do Júri no
Festival de Cannes. 118 minutos.
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