Filme do Dia: Em Busca do Ouro (1925), Charles Chaplin
Em Busca do Ouro (The Gold
Rush, EUA, 1925). Direção e Rot. Original: Charles Chaplin. Fotografia:
Roland Totheroh. Montagem: Charles Chaplin. Dir. de arte: Charles D. Hall.Com:
Charles Chaplin, Mack Swain, Tom Murray, Henry Bergman, Malcolm Waite, Georgia
Hale.
No Klondike da
época da Corrida do Ouro, um Vagabundo (Chaplin) para lá parte e se envolve com
trapaceiros ou gananciosos, passando por grandes dificuldades, inclusive fome
extrema e apaixonando-se por uma garota bastante disputada, Georgia (Hale). Ele
encontra ouro e reencontra casualmente Georgia, quando faz uma reconstituição
de sua própria aventura para a imprensa.
Esse clássico da
comédia de todos os tempos, com alguns momentos antológicos, como a da dança
dos pãezinhos e a dos apuros do herói e seu companheiro numa cabana que foi
levada pela tempestade para a beira de um precipício, assim como a dança com
Georgia no saloon, que é acompanhada por um cachorro, ou ainda o momento em que
Big Jim visualiza o Vagabundo sob o formato de um enorme frango, envelheceu com
a passagem do tempo de forma muito mais evidente que filmes de seu
contemporâneo menos célebre e lembrado hoje em dia, Buster Keaton. Compare-se
tal filme com O Homem das Novidades
(1927), ou mesmo seu longa de estréia, A Antiga e a Moderna (1923) e se tem a justa medida da disparidade. Com humor
mais inteligente e afinado com a sensibilidade de 9 décadas após seus
lançamentos e sem fazer uso do sentimentalismo habitual de Chaplin, cuja sequencia da noite de Ano Novo apela
para a solidão do Vagabundo, que havia preparado com todos os detalhes um
jantar que é ignorado por Georgia, que se diverte no saloon, e cujas figuras de mulher são sempre bastante
unidimensionais, para não falar da própria reflexão sobre o universo do cinema,
algo longe dos interesses de Chaplin. Hale, que estreou nesse filme, não
sobreviveria praticamente, em termos de carreira, ao cinema falado. Essa,
infelizmente, é a versão relançada em 1942 ou decorrente dela, pelo próprio
Chaplin, que a adaptou para o mundo do cinema sonoro, extraindo as cartelas e
acrescentando uma narração, que inclui por vezes a mimetização dos próprios
diálogos. Charles Chaplin Prod. para United Artists. National Film Registry em 1992. 95 minutos.
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