Filme do Dia: Cinderella (1914), James Kirkwood
Cinderella (EUA, 1914). Direção:
James Kirkwood. Rot. Adaptado: Baseado no conto de Charles Perrault, Cendrillon. Com: Mary
Pickford, Owen Moore, Isabel Vernoon, Georgia Wilson, Lucille Carney, W.N.
Cone, Inez Marcel.
Cinderella
(Pickford) é uma criada desprezada que vive na casa de mulheres solteironas
(Wilson e Carney) e sua velha mãe (Vernon). O rei (Cone) decide organizar um
baile para escolher uma esposa para seu filho (Moore). Devido a boa ação
prestada por Cinderella, a Fada Madrinha (Marcel) a transforma numa linda
jovem, assim como ratos e abóbora em um coche encantado com cavalos e
cocheiros. A fada a avisa de que deve retornar antes da meia-noite, pois o encanto
desaparecerá. Nenhuma mulher da cidade
desperta a atenção do Príncipe até a chegada de Cinderella. Apaixonado à
primeira vista, o Príncipe não entende porque Cinderella o abandona correndo.
Como ela deixa para trás seu sapato de cristal, o Príncipe quer que todas as
moças do povoado testem o sapato. Após saber que apenas uma, Cinderella, não
foi até o castelo, o Príncipe vai até sua casa e a traz para o castelo,
confirmando se tratar da mesma moça do baile.
Adaptação pouco
inventiva do conto de Perrault que já havia tido versões de G.A. Smith (1898) e
Georges Méliès (1899 e 1912). Na aurora do filme de longa-metragem, Kirkwood
constrói um filme eminentemente narrativo, mesmo que muitas de suas soluções
visuais e narrativas ainda sejam herdeiras de um cinema pré-clássico como as
meio desengonçadas inserções de planos mais aproximados ou o uso da animação e
das trucagens que se encontram longe de sua mais singela e inspirada utilização
em outros filmes fantásticos como o contemporâneo The Magic Cloak of Oz. São raros os planos que apresentam uma
perspectiva próxima da subjetiva como o que Cinderella observa as fadas da
janela de seu quarto e inexiste a noção de plano/contraplano. A narrativa, por
outro lado, não é movida propriamente por seus personagens, ganhando
prevalência sobre estes, algo que fica demasiado evidente na súbita aparição do
Príncipe. Kirkwood, que havia sido ator para Griffith (inclusive em alguns de
seus títulos mais célebre para a Biograph como Monopólio do Trigo)abandonaria em breve a carreira de diretor mas
não a de ator, trabalhando até o final dos anos 1950. Famous
Players Film Co. 52 minutos.
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