Filme do Dia: A Guerra dos Mundos (1953), Byron Haskin

A Guerra dos Mundos (War of the Worlds, EUA,1953) Direção: Byron Haskin. Rot.adaptado: Barré Lyndon, baseado no romance de  H.G. Wells.  Fotografia: George Barnes. Música: Leith Stevens. Montagem: Everett Douglas. Com: Gene Barry, Ann Robinson, Les Tremayne, Lewis Martin, Robert Cornthwaite, Sandro Giglio, William Phipps, Vernon Rich.
         Um estranho meteorito cai sobre uma cidadezinha americana e chama a atenção de todos por causar pouco estrago para seu tamanho. O renomado cientista dr. Forrester (Barry) vai ao local e lá se aproxima não só do meteorito como da jovem Ann Robinson (Buren), uma admiradora dele. Porém, logo se perceberá que se trata de um objeto vindo de outro planeta, já que três homens que se encontravam no local viram pó, em conseqüência do raio que os alienígenas enviam de sua nave. A população do vilarejo encontra-se em um baile, quando falta energia e os relógios param de funcionar, assim como uma forte luz brilha próximo da cidade. Forrester e alguns policiais se aproximam do local, e esse confirma tratar-se de uma invasão alienígena, sendo testemunha da desaparição do policial e seu carro. As forças armadas são chamadas, mas todo seu poderio bélico nada pode contra o campo antigravitacional dos invasores marcianos. O temor se torna mundial, quando se fica sabendo que bólidos semelhantes aos que lá pousaram pousam nos mais diversos locais do planeta, provocando uma devastação material e humana sem precedentes. O tio de Ann, o pastor Matthew (Martin), acreditando que a estratégia utilizada pelos humanos tem sido equivocada, aproxima-se da nave alienígena e também é evaporado. Aterrorizada, Ann vê tudo mas é impedida de se aproximar para salvá-lo. Quando a situação se agrava e um número cada vez maior de naves ronda  a região, Ann foge com Forrester, refugiando-se em uma casa semi-destruída. Quase exauridos, conseguem repousar um pouco, até Ann perceber que um alienígena se encontra dentro da casa e chega a tocá-la. O alienígena foge assustado com a reação de Forrester, que no entanto consegue arrancar um pedaço do braço-olho da nave. Ele o leva ao laboratório e lá consegue identificar algumas particularidades dos extraterrestres. Porém o ataque massivo a Los Angeles provoca uma fuga desordenada e caótica, que separa Forrester do pessoal do laboratório e de Ann. Tentando salvar o material de pesquisa em um caminhão, é posto para fora pelo multidão desesperada, enquanto boa parte da cidade é destruída. Quando quase todos já abandonaram o local, Forrester reencontra Ann em uma cerimônia religiosa, com grande número de pessoas. Logo a igreja é destruída e quando todos pensam que já não há mais chances de vencer os invasores, as naves começam a cair e os marcianos a morrerem, por não resistirem aos vírus e bactérias terrestres por longo tempo.
     Clássico da ficção-científica adaptado da mais conhecida obra de Wells (adaptada por Orson Welles na sua famosa transmissão radiofônica , que chegou a causar pânico em Nova York em 1938), o filme apresenta todos os clichês que o gênero exploraria a exaustão a partir dos anos 50 ( e que seriam tomados como sintomas da paranoia americana de uma invasão comunista no auge da Guerra Fria). Apesar de tudo, parece ter envelhecido em pior forma que outro clássico do gênero da mesma época, Vampiros de Almas (1956) de Don Siegel, provocando muitas vezes um humor involuntário, seja pelos seus hoje tacanhos efeitos especiais (chegaram a ganhar um Oscar na época), seja pela ingenuidade do roteiro, além das interpretações extremamente canhestras (em especial a do cientista-galã vivido por Barr).  Entre os poucos bons momentos, temos o prólogo, onde um narrador explica o motivo dos marcianos terem escolhido a Terra e a seqüência em que os marcianos destroem a igreja, espécie de refúgio onde se encontram os últimos que ainda possuem alguma fé numa solução. Sua influência pode ser percebida dezenas de anos depois, seja como material dramático para os igualmente apocaliptícos  No ano de 2020 (1976), A Última Esperança da Terra (1971) e Independence Day (1996), seja como fonte para sátira em Marte Ataca (1996). Paramount. 85 minutos.


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