Filme do Dia: Vida Difícil (1945), Gennaro Righelli
Vida Difícil (Abbasso
la Miseria!, Itália, 1945). Direção: Gennaro Righelli. Rot. Original: Mario
Monicelli, Nicola Fausto Neroni & Gennaro Righelli, sob argumento do
último. Fotografia: Rodolfo Lombardi. Música: Umberto Mancini. Montagem: Duilio
A. Lucarelli. Dir. de arte: Gino Brosio.
Cenografia: Alfredo Manzi. Com: Anna Magnani, Nicola Besozzi, Virgilio Riento,
Marisa Vernati, Vito Chiari, Sandro Ruffini, Lauro Gazzolo, Aldo Silvani,
Vittorio Mottini.
Giovanni Straselli (Besozzi) vive escutando a indignação de
sua desbocada mulher, Nannina (Magnani) por viver em dificuldade financeira,
trabalhando honestamente como motorista de caminhão, enquanto seu melhor amigo,
vizinho e companheiro de viagens, Gaetano (Riento), ganha bastante comerciando
produtos ilegais. Certo dia, Giovanni recolhe na estrada o garoto Nello
(Chiari), que acredita ser órfão, abrigando-o em sua casa, com seu cão, que
sempre provoca a indignação de Nannina. Aos poucos, no entanto, sua esposa
também se afeiçoa pelo garoto, que com um tempo sabe se tratar do filho de um
rico industrial (Mottini), que emprega Giovanni, enquanto Gaetano é preso pela
polícia.
A populista e óbvia moralidade dessa fábula sobre as
virtudes de ser honesto, recompensadas de forma cristã não na outra vida mas
nessa mesma provavelmente devem ter sido o maior motivo para o sucesso desse
filme junto ao público quando de seu lançamento (e que acabaria por
proporcionar um outro filme, no ano seguinte, denominado sintomaticamente Abbasso la Richezza!, com a mesma
Magnani). Porém, tão ou mais incômodo que sua moralidade é o modo teatral com
que tudo é filmado, algo que nem mesmo suas locações em estradas ou ruas
consegue acobertar, com sua câmera praticamente fixa ao longo de todo os muitos
de seus longos planos, completamente absorvida e subservientes aos diálogos
proferidos por seu elenco em pose de marcação e longe da naturalidade
conseguida contemporaneamente pelos dramas neo-realistas de Rossellini ou De
Sica. No limite, parece-se quase escutar as indicações de Righelli para seu
elenco. Destaque para o eficiente ator
mirim Chiari que atuaria no filme seguinte de Righelli e mais duas outras
produções antes de abandonar a carreira, assim como para Silvani em mais uma de
suas marcantes participações como coadjvante, aqui enquanto companheiro de
prisão de Gaetano. Righelli já era um cineasta veterano quando dirigiu esses
filmes no final de sua carreira, iniciada nos idos da década de 1910. Domus
Film para Lux Film. 90 minutos.
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