Filme do Dia: Histórias Cruzadas (2011), Tate Taylor
Histórias Cruzadas (The Help, EUA, 2011). Direção: Tate Taylor. Rot. Adaptado: Tate
Taylor, a partir do romance de Kathryn Stockett. Fotografia: Stephen
Goldblatt.Música: Thomas Newman. Montagem: Hughes
Winborne. Dir. de arte: Mark Ricker & Curt Beech. Cenografia: Rena
DeAngelo. Figurinos: Sharen Davis. Com: Emma Stone, Viola Davis, Bryce Dallas
Howard, Octavia Spencer, Jessica Chastain, Cicely Tyson, Sissy Spacek, Mike
Vogel, Ahna O’Reilly, Mary Steenburgen.
No início dos anos
60, numa pequena cidade do Mississipi, no sul dos Estados Unidos, Skeeter
(Stone) é uma garota branca que, traumatizada com a demissão de sua ama de
infância na época da universidade leva a frente o difícil projeto de reunir
todas as domésticas negras da região, para que contem seus testemunhos, para
sua posterior publicação sobre o formato de livro. As duas únicas mulheres que
inicalmente concordam são Aibileen (Davis) e Minny Jackson (Spencer). As
humilhações e sofrimentos cotidianos vivenciados pelas empregadas se soma a
morte de Kennedy, porém uma voz de esperança surge igualmente com o movimento
pelos direitos civis. Após o evento traumático do assassinato de um membro da
comunidade negra, Skeeter consegue o apoio das outras mulheres. O livro é
lançado e se torna um grande sucesso.
Filme que se filia
a uma tradição de retorno aos “anos dourados” norte-americanos como pretexto
para uma reflexão sobre a hipocrisia, o racismo e consequente apartheid racial
e as relações entre gêneros. O universo que o filme trata está longe de ser
desconhecido do espectador minimamente atento, a forma com que é forjado é a do
melodrama sentimental – desde o início a motivação que leva Skeeter a se propor
escrever sobre as mulheres negras e suas constantes humilhações no ambiente doméstico
dos brancos tem a ver com a súbita desaparição de sua ama da infância. O fato
de ter como protagonista e eixo da ação virtuosa uma jovem branca faz com que
fuja de um cinema no qual a trama é observado de fato a partir da perspectiva
do negro sem tais mediações e potencialmente alcance um maior diálogo com o
público. E o fato da jovem Skeeter possuir um comportamento que a distancia do
padrão gomalinado e fútil com que as jovens de sua idade são descritas, o mais
próximo possível da caricatura associada a esse período, certamente a aproximam
do público contemporâneo negro ou sobretudo branco com o qual o filme
possivelmente pretende dialogar. O foco é, sem dúvida, as mulheres, não
existindo nenhum homem que ganhe qualquer relevância maior e as interpretações
são bastante afinadas, facilitando ainda mais o processo de identificação
irrestrita, sobretudo no caso de Chastain, Spencer e Spacek. Taylor é um
diretor bissexto, cuja carreira tem sido mais regular como ator. Dreamworks SKG/Reliance Ent./Participant Media/1492
Pictures/Harbinger Pictures para Touchstone Pictures/Walt Disney Studios. 146 minutos.
A abordagem que o roteiro faz é fantástica!
ResponderExcluirRealista e emocionante
Beijão..
Além de libertadora.
Gosto demais deste filme.
Valeu Cid.
Concordo com você, é um filme bem interessante. Beijos, Beth.
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