Filme do Dia: Rumo à Alemanha (1950), Ingmar Bergman
Rumo à Alemanha (Till glädje, Suécia, 1950) Direção: Ingmar Bergman. Rot.Original:
Ingmar Bergman. Fotografia: Gunnar Fischer. Montagem: Oscar Rosender. Com: Maj-Britt Nilsson, Stig
Olin, Birger Malmsten, John Ekman,
Victor Sjöström, Ernst Brunman,
Margit Carlqvist, Berit
Holmström, Erland Josephson, Björn
Montin, Sif Ruud.
O jovem violinista Stig (Olin) inicia
sua carreira em uma orquestra ao mesmo tempo que a jovem Marta (Nillson),
também proveniente do mesmo vilarejo que ele. Marta convida-o para sua festa de
aniversário. Enquanto Stig se prepara para a festa, cortando seu cabelo e
comprando um urso de pelúcia para Marta, é abordado por Marcel (Mamsten), que o
avisa de que ela não passa de uma garota fácil. Na festa, Stig bebe além da
conta e confessa suas ansiedades e fraquezas, que acredita serem as mesmas de
todo o grupo. Stig casa-se com Marta, tendo como padrinho o maestro Sönderby
(Sjöström). Incentivado pelo maestro Sönderby, que apesar de sua ranzinice,
passa a se tornar amigo do casal, Stig
se apresenta como primeiro violinista e a noite é um grande fracasso,
frustrando suas expectativas de mudar-se para Estocolmo. Atormentado com sua
sensação de eterno derrotado, Stig inicia o processo de deterioração de seu
relacionamento com Marta, tratando-a cada vez pior, mantendo uma relação extraconjugal
com Nelly (Carlqvist), mulher do decadente Mikael (Ekman), sob o incentivo do
próprio e chegando a espancar Marta. Marta decide separar-se, levando consigo
as crianças. Arrependido e sentindo-se extremamente mal, Stig escreve uma carta
onde expressa seu arrependimento e sua tentativa de voltar a viver junto de
Marta e dos filhos. Porém quando um novo período de felicidade se prenuncia,
Stig avisa sobre o falecimento de Marta, que havia partido para um final de
semana de veraneio com os filhos, após a explosão do fogão que levara.
O tema do jovem
casal que vê o idílico amor da juventude se desvanecer rapidamente após o
casamento é uma das preocupações centrais dos primeiros filmes de Bergman.
Tanto a estrutura formal - como a narrativa predominantemente em flashback, com exceção do prológo e do
final, quanto uma história semelhante seria melhor lapidada em Monika e o Desejo (1952), talvez o
trabalho mais marcante de sua fase inicial. Notável é o curioso flashback dentro do flashback na narrativa - um comentário com caráter meio que
galhofamente intromissor feito por Sönderby, embora o filme todo seja uma rememoração de Stig. Bergman já se
utiliza de forma algo tributária de Sjöstron, veterano cineasta e ator do
cinema sueco, que teria interpretação marcante alguns anos depois em seu Morangos Silvestres (1958). A seqüência
final, com o pai se apresentando orgulhosamente no ensaio da orquestra para o filho que se senta na
primeira fila da platéia vazia, soa redundante e demasiado convencional. O
realizador utiliza-se do mesmo recurso da justaposição de imagens, que evocam
nostalgicamente os momentos vividos pelo casal através do personagem masculino,
no final de Monika e o Desejo, ainda
que aqui sem o mesmo impacto. A seqüência da tentativa de sedução da mulher de
Mikael e rejeição inicial de Stig é muito semelhante a vivida por personagens
de O Desafio (1965) de Paulo César Saraceni. Svenskfilmindustri. 98 minutos.
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