Filme do Dia: Pérfida (1941), William Wyler
Pérfida (The Little Foxes,
EUA, 1941). Direção: William Wyler. Rot. Adaptado: Alan Campbell, Lillian
Hellman, Arthur Kober & Dorothy Parker, baseado na peça de Hellman.
Fotografia: Gregg Toland. Montagem: Daniel Mandell. Dir. de arte: Stephen
Goosson. Cenografia: Howard Bristol. Figurinos: Orry-Kelly. Com: Bette Davis,
Herbert Marshall, Teresa Wright, Richard Carlson, Dan Duryea, Patricia
Collinge, Charles Dingle, Carl Benton Heid, Russell Hicks.
A pérfida Regina Hubbard (Davis) casou
com o benevolente e amado Horace Giddens (Marshall) por interesse. Doente
terminal, Horace tornou-se peça-chave das ambições de Regina e seus irmãos, Ben
(Dingle) e Oscar Hubbard (Reid), que querem dele um empréstimo que os tornará
ricos, associando-se ao poderoso William Marshall (Hicks). Porém, Horace percebe
tudo e decide não cooperar. Do seu lado encontra-se a filha única do casal,
Alexandra (Wright), que prefere o amor do humilde, porém honesto David Hewitt
(Carlson) ao primo mau-caráter Leo (Duryea). Horace percebe que foi
roubado por Leo e que os irmãos Hubbard passaram a perna na própria Regina e
firmaram contrato com Marshall. Para castigar a ambiciosa esposa, decide fazer
de conta que tudo não passa de um empréstimo, porém sofre um ataque cardíaco e
não é socorrido por ela, vindo a falecer. Regina consegue voltar a ser senhora
da situação, embora Alexandra deixe claro que não será sua aliada.
Realizado logo após A Carta e igualmente uma
adaptação proveniente da literatura – lá Somerset Maughan, aqui Lillian Hellman
- com Davis como protagonista. Utilizando-se de uma rica profundidade de campo,
elemento que torna vigorosa a célebre seqüência em que Davis não atende ao
marido, o filme antecipa os tetos baixos e o maior realismo, marca registrada
do fotógrafo Toland, mesmo que Wyler esteja longe de ser original como Welles
o seria, ao utilizar do mesmo recurso em Cidadão Kane. Aliás, a falta de
ambigüidade e um maniqueísmo excessivo – representado, sobretudo, nos pais de
Alexandra – são algumas das fraquezas do filme, mesmo quando surpreende ao
voltar-se contra a ditadura do “final feliz”. 20th Century-Fox. 116 minutos.
Não me importei com o citado maniqueísmo, pois fiquei completamente absorto na vilania estarrecedora de Bette Davis e no pleito de ótimos coadjuvantes como Patricia Collinge e Herbert Marshall. Wyler era um grande diretor desse tipo de drama, como prova também o magistral Tarde Demais.
ResponderExcluirCumps.
O filme é bem interessante. Particularmente o plano-sequencia em que observamos Davis ignorar a morte do marido. "Tarde Demais" também é muito bom.
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