Filme do Dia: Hércules 56 (2006), Sílvio Dá-Rin
Hércules 56 (Brasil, 2006). Direção e Rot.
Original: Sílvio Dá-Rin. Fotografia: Jacques Cheuiche & Ronaldo Torquilho.
Música: Berna Ceppas, Kamal Kassin & Flávio Santos. Montagem: Karen Harley.
Esse documentário, sobre a troca dos
prisioneiros políticos pelo sequestrado embaixador americano Charles Elbrick,
tem como base para sua imagens três núcleos: uma “mesa redonda” com vários
membros do sequestro comentando entre si e para o realizador sobre eventos
relacionados ao mesmo e a troca dos presos políticos, entrevistas individuais
com os presos que foram “trocados” pelo embaixador, 15 ao todo, alguns já
falecidos e (talvez um do seus pontos fortes) raras imagens de arquivo do
traslado dos presos para o México e, posteriormente, Cuba, onde são
recepcionados por Fidel Castro. Consta ainda imagens de documentários
anteriores em que alguns desses mesmos presos, entre eles alguns dos falecidos,
declaram brevemente sobre quando foram presos e qual organização faziam parte.
Iniciando de forma canhestra e burocrática, tal como um reencontro entre amigos
que não se veem há bastante tempo, aos poucos vai crescendo e lhe enredando na
complexa teia de relações e valores diversos envolvidos nas ações. Salta aos
olhos, ao longo dos depoimentos, as diferenças políticas, de classe e, mesmo,
de geração, dos presos que foram beneficiados com o sequestro. Sem qualquer maior inventividade formal, o
que talvez não fosse mais apropriado para sua proposta, Dá-Rin, em seu filme de
estreia, ainda esboça apresentar algumas cenas de arquivo dos refugiados
políticos para eles próprios (técnica utilizada por Coutinho em Cabra Marcado para Morrer, enquanto
espinha dorsal para a própria estrutura de seu documentário) de forma tímida,
sendo que temos acesso menos as imagens que eles veem de si próprios e dos
companheiros que sua reações emocionadas. Entre os depoentes José Dirceu, Jose
Ibrahim, Franklin Martins, Vladimir Palmeira, Daniel Aarão Reis, Maria Augusta
Carneiro, Ricardo Vilas. O sequestro foi tema, na ficção, para O Que é Isso, Companheiro? (1997), de Bruno Barreto. Antonioli & Amado Produções para
Riofilmes. 93 minutos.
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