Filme do Dia: Iremos a Beirute (1998), Marcos Moura
Iremos a Beirute (Brasil, 1998). Direção: Marcos Moura.
Rot. Original: Marcos Moura, Marcos Sá & Orlando Senna. Fotografia: Mário
Carneiro. Música: Manassés de Souza. Montagem: Marília Alvin. Dir. de arte:
André Scarlazzari. Figurinos: Jackson Araujo & Hipólito Marinho. Com:
Giovanna Gold, Ilya São Paulo, Guilherme Karan, Mayra Fernanda Mota, Conceição
Senna, Cláudio Jaborandy, João Andrade Joca, Pedro Domingues, Daniele Ellery.
Salma
(Gold), após concluir sua tese e com a chegada do irmão que mora no Líbano,
Aziz (São Paulo), pretende fazer um retorno no tempo e espaço, organizando uma
retomada da partida entre o Cruzeiro e o Ajax, que seu irmão jogara quando
criança e que acabou provocando a morte do
pai deles, Gibran (Karan). Após tantos anos, o reencontro acaba igualmente
provocando uma tensão nos relacionamentos dos então dois pretendentes de Salma,
Ademir (Jaborandy), hoje investigador policial e Beto (Joca), atualmente
assaltante e suas respectivas companheiras.
Talvez
a mais cinematográfica das cenas desse primeiro longa-metragem do cineasta seja
o longo travelling inicial na estrada, em um filme que também faz bom uso dos flashbacks
que apresentam os personagens na infância. Se o melhor do filme está
contido tanto em seu retorno ao passado,
mesmo quando permeada por interpretações desiguais do elenco infanto-juvenil e
por seu quase pioneiro interesse em efetivar um drama ambientado no solo urbano
cearense (palco do pouco conhecido O Homem de Papel, de 1975), o pior
certamente se encontra na sua esquemática e rasteira leitura de viés
pretensamente psicanalítico do drama da protagonista. A própria partida de
futebol, tão comentada e vital para a dramaturgia do filme, é muito pouco
explorada tanto em sua primeira versão quanto – e principalmente – na segunda.
O fio condutor da narrativa, a cargo de uma cigana, tampouco se torna um
valoroso elemento de auxílio para coesão de seu enredo, como seria pressuposto.
A fotografia que apresenta uma Fortaleza límpida e de tons predominantemente
pastéis é do veterano cinema-novista Carneiro.
Luz filmes. 98 minutos.
Comentários
Postar um comentário