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Filme do Dia: O Barco Sobre a Grama (1971), Gérard Brach

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O   Barco Sobre a Grama ( Le Bateau sur L´herbe , França, 1971). Direção: Gérard Brach. Rot. Original: Gérard Brach, Roman Polanski & Suzanne Schiffman. Fotografia: Étienne Becker. Música: François Rabbath. Montagem: Claude Barrois. Dir. de arte: Alain Coffier. Com: Claude Jade, Jean-Pierre Cassel , John McEnery, Valentina Cortese, Paul Préboist, Micha Bayard, Pierre Asso, Jean de Coninck. Oliver (McEnery) é o filho de uma família rica, que passa a maior parte do seu tempo reformando um barco, com o qual pretende viajar até a Ilha de Páscoa, juntamente com o amigo David (Cassel), que é também seu empregado. A relação entre os dois começa a ficar estremecida com o surgimento de uma garota, Eleonore (Jade), namorada de David. Oliver, que já não possui pai e tem como mãe a decadente Christine (Cortese), busca em David um pouco de equilíbrio. David, de certa forma, é seduzido pelo charme de Oliver, mais rico, inteligente, sofisticado e bonito que ele. Logo, David, bastante insegu

Filme do Dia: Mačka (1971), Zletko Bourek

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M acka (Iuguslávia/Itália, 1971). Direção: Zlatko Bourek. Rot. Adaptado: Zlatko Bourek, a partir de Esopo. Música: Franco Potenza. Esse curta animado traz ao menos dois elementos que não são habitualmente vinculados à Escola de Zagreb: uma música cuja letra orienta toda a narrativa sobre um sujeito solitário que certo dia acolhe uma gata e ela se transforma numa sensual mulher desnuda e uma referência erótica que não se furta em apresentar a genitália da garota em questão. Sem qualquer preocupação com uma evocação de cenários realistas, como habitual na produção da Escola, o filme é repleto de cores psicodélicas que de algum tempo eram moda e que no universo da animação haviam ganho sua representação talvez mais conhecia no longa Yellow Submarine (1968). Corona Cinematografica/Zagreb Film. 9 minutos e 42 segundos.

Filme do Dia: Nadie Dijo Nada (1971), Raoul Ruiz

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N a die Dijo Nada (Itália/Chile, 1971). Direção: Raoul Ruiz.  Rot. Original: Raoul Ruiz, a partir do argumento de Max Beerbohn. Fotografia: Silvio Caiozzi. Música: Thomas Lefever. Montagem: Carlos Piaggio. Com: Carlos Solanos, Jaime Vadell, Luis Vilches, Luis Alarcón, Nelson Villagra, Shenda Román, Pedro Gaete, Humberto Miranda, Carla Cristi, Carmen Lara. Não existe propriamente um fio condutor que estabeleça os traços de uma narrativa convencional. Trata-se das aventuras e desventuras de um grupo de amigos pelo ambiente boêmio-acadêmico de um Chile que vivenciava sua primavera de liberdades políticas que logo sucumbiriam a ditadura de Pinochet. Aqui, os traços desse momento de esquerda são observados apenas de forma paralela, numa reunião de um comitê. Ruiz prefere se deter sobre as limitações de uma classe média agônica em sua sede de evasão através do álcool, bastante passível de um paralelo com uso semelhante feito contemporaneamente por Cassavetes . Ao mesmo tempo significa

Filme do Dia: Punishment Park (1971), Peter Watkins

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P unishment Park (EUA, 1971). Direção: Peter Watkins. Fotografia: John Churchill & Peter Smokler. Música: Paul Motian. Montagem: Terry Hodel & Peter Watkins. Dir. de arte: David Hancock. Com: Patrick Boland, Kent Foreman, Carmen Argenziano, Luke Johnson, Catherine Kittner, Scott Turner, Stan Armsted, Mary Ellen Kleinhall. Um grupo de jovens radicais de esquerda, aprisionado pelo exército americano, decide optar por, ao invés de cumprir sua sentença penal em presídios por anos, aceitar o desafio de Punishment Park, no deserto californiano, onde terão um determinado limite de horas para se dirigirem a um monte onde se encontra uma bandeira norte-americana fincada. Quanto mais próximo se encontram do objetivo, mais acirrado fica o conflito com o exército americano. Enquanto isso, um novo grupo de jovens é levado aos tribunais, julgado e condenado, e opta igualmente pela mesma opção. Watkins faz uso de uma estética documental para uma narrativa que gradualmente se torna cad

Filme do Dia: Bleak Moments (1971), Mike Leigh

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B leak Moments ( Bleak Moments , Reino Unido, 1971). Direção e Rot. Original:   Mike Leigh. Fotografia: Bahram Manocheri. Música:   Mike Bradwell. Montagem: Les Blair. Dir. de arte: Richard Rambaut. Com: Anne Raitt, Sarah Stephenson, Eric Allan, Joolia Cappleman, Mike Bradwell, Liz Smith .              Sylvia (Raitt) é um jovem secretária que divide a casa com uma irmã deficiente mental, e Hilda (Stephenson) que tem como prazer predileto, após chegar em casa, a bebida. No trabalho sua colega mais próxima é Pat (Cappleman), problemática em seu relacionamento com uma mãe inválida (Smith) e o medo de não mais conseguir casamento. Certo dia Sylvia é abordada por Peter (Allan), que a visita no final de semana, levando um presente que Hilda rejeita. Sylvia aluga sua garagem para o músico que faz bicos, Norman (Bradwell), que passa o tempo a tocar violão, fumar e imprimir material para uma revista alternativa de literatura. Peter combina uma nova saída com Sylvia, sendo que Pat estrat

Filme do Dia: Bexiga, Ano Zero (1971), Regina Jehá

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B exiga, Ano Zero (Brasil, 1971). Direção e Rot. Original: Regina Jehá. Fotografia: Jorge Bodanzky. Montagem: Glauco Mirko Laurelli. Dentro dessa intensidade com que o curta documental descobriu a cidade de São Paulo nos anos 1970, nunca dantes observada e provavelmente tampouco depois, o curta de Jehá é mais um a ressaltar o ocaso e decadência de um perfil de bairro que já não mais existe. Tal como carpideiras da modernidade e da tradição reduzida a ruínas e – como acentua a voz over sobre uma fotografia excepcionalmente em p&b, aos marginais que ocupam as mesmas, antes de serem definitivamente deitadas abaixo – a última imagem desse curta é de um grupo de senhoras italianas, vestidas de preto a andarem por uma paisagem completamente rodeada de concreto bruto, em contraste com os arremedos de recantos italianos que transformaram o bairro tradicional em algo até então quase inexpugnável para o automóvel. E ao som de acordes de uma tarantella .   Da locução pouco antes se

Filme do Dia: Quando Brota o Amor (1971), Waris Hussein

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Q uando Brota o Amor ( Melody , Reino Unido, 1971). Direção: Waris Hussein.  Rot. Original: Alan Parker. Fotografia: Peter Suschitzky. Montagem: John Victor-Smith. Dir. de arte: Roy Stannard. Figurinos: Diane Jones. Com: Mark Lester, Tracy Hyde, Jack Wild, Colin Barrie, Billy Franks, Ashley Knight, Craig Marriott, William Vanderpuye, Roy Kinnear. Daniel Latimer (Lester) é uma criança sensível que se afasta de seu melhor amigo, Ornshaw (Wild), que possui uma condição social menos favorecida, a partir do momento em que se crê apaixonado por Melody (Hyde). Melody leva o garoto para sua casa, surpreendendo a todos. Depois, afirma que pretende se casar com ele. E, para completar foge com o mesmo, tendo toda a classe como testemunha, para realizar o feito. Lester, antes e   após a evidência trazida por Oliver! , tornou-se uma espécie de favorito para aproximações excêntricas e bastante peculiares da infância em filmes como esse ou o ainda mais desafiador Todas as Noites às Nove (19

Filme do Dia: Delírio de Amor (1971), Ken Russell

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D elírio de Am or ( The Music Lovers , Reino Unido, 1971). Direção: Ken Russell. Rot. Adaptado: Melvyn Bragg, a partir do livro Beloved Friends de Catherine Drinker Bowen & Barbara von Meck. Fotografia: Douglas Slocombe. Música: André Previn. Montagem: Michael Bradshell. Dir. de arte: Natasha Kroll & Michael Knight. Figurinos: Shirley Russell. Com: Richard Chamberlain, Glenda Jackson, Max Adrian, Christopher Gabble, Kenneth Colley, Izabella Telezinska, Maureen Pryor, Sabina Maydelle. Piotr Tchaikovsky (Chamberlain) é considerado um compositor brilhante no círculo cultural da São Petersburgo, porém sua vida (homo)ssexual desregrada prejudica sua fama, sendo suas composições consideradas demasiado afeminadas por seu mentor, Nicholas Rubinstein (Adrian). Então casado com Sasha (Maydelle), ele a abandonará pela insaciável Nina Milyukova (Jackson). Atormentado pelos fantasmas da mãe e do amigo homossexual Anton (Colley), que pretende evitar a todo custo para manter as apar

Filme do Dia: Glen and Randa (1971), Jim McBride

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G len and Randa (EUA, 1971). Direção: Jim McBride. Rot. Original: Jim McBride, Lorenzo Mans & Rudy Wurlitzer. Fotografia: Alan Raymond. Montagem: Jack Baran & Mike Levine. Dir. de arte: Gary Weist. Com: Steve Curry, Shelley Plimpton, Woody Chambliss, Garry Godrow. Glen (Curry) e Randa (Plimpton) são dois adolescentes em um mundo devastado por uma hecatombe atômica. Juntos, partem em busca da cidade prometida de Metropolis, produto das histórias em quadrinhos que são a principal fonte de informação e cultura para Glen. Em sua odisséia eles encontram um grupo de sobreviventes e se tornam próximos de um mágico itinerante (Goodrow), aninhando-se na morada improvisada do pescador Sidney (Chambliss), onde Randa tem seu bebê. Sidney põe fogo na cabana com Randa dentro e Glen parte para Metropolis com o filho e uma cabra. Sem pressa para narrar sua história, um dos elementos que mais chama a atenção nesse filme de Mcbride, são seus longos planos, como se o momento enquadrad

Filme do Dia: Nosferato no Brasil (1971), Ivan Cardoso

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N osferato no Brasil (Brasil, 1971). Direção: Ivan Cardoso. Rot. Original e fotografia: Ivan Cardoso. Com: Torquato Neto, Scarlet Moon, Daniel Más, Helena Lustosa. Seja na Hungria do século XIX (em p&b) ou no Rio de Janeiro dos anos 70, Nosferato (Neto) ataca várias mulheres, nesse filme considerado referência no cinema experimental nacional. Filmado em Super-8 com câmara na mão, não possui nenhuma preocupação de narrativa clássica ou apresentar verossimelhança (as cenas em que Nosferato mata um rapaz, percebe-se que a tábua que ele utiliza para matá-lo não chega nem perto de encostar na vítima) em suas cenas de violência (embora uma beleza, que mescla selvageria e lirismo, evocativa do próprio ato sexual, seja presente nos constantes ataques às mulheres) e a Budapeste do século XIX é visivelmente o próprio Rio dos anos 70. A mais bela cena é a que Nosferato ataca uma vítima no banco traseiro de um carro, enquanto a conotação sexual de seus atos encontra-se presente seja num

Filme do Dia: Pier Paolo Pasolini (1971), Carlo Hayman-Chaffey

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P ier Paolo Pasolini ( Pier Paolo Pasolini – A Filmmaker´s Life , Itália, 1971). Direção: Carlo Hayman-Chaffey. Música: Andro Cecovini. Montagem: Anthony Ciccolini. Com depoimentos de Pasolini e de alguns de amigos e colaboradores (Nineto Davoli, os irmãos Citti, Alberto Moravia, Cesare Zavatini), esse documentário parece mais uma colcha de retalhos do que foi possível fazer em termos de improviso. Une aos depoimentos nada expressivos, com exceção de alguns momentos do próprio Pasolini , flashes rápidos de alguns de seus filmes. Pasolini , como habitualmente, surge entre tímido e professoral, discutindo desde tópicos teóricos até seu auto-confesso complexo de Édipo que foi a motivação maior para a filmagem do drama de Sófocles. Ainda a destacar, o único depoimento não abertamente laudatório de Pasolini , de Zavatini, veterano roteirista do Neorrealismo, que afirma que o cineasta ainda não havia conseguido unir o Pasolini realizador de cinema e o escritor em seus filmes. A certo m

Filme do Dia: Ânsia de Amar (1971), Mike Nichols

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A nsia de Amar (Carnal Knowldege, EUA, 1971). Direção: Mike Nichols. Rot. Original: Jules Feiffer. Fotografia: Giuseppe Rotunno. Montagem: Sam O’Steen. Dir. de arte: Richard Sylbert & Robert Luthardt. Cenografia: George R. Nelson. Figurinos: Anthea Sylbert. Com: Jack Nicholson , Art Garfunkel, Candice Bergen, Ann-Margret, Rita Moreno, Cynthia O’Neal, Carol Kane. Final dos anos 40. Jonathan (Nicholson) e Sandy (Garfunkel) são os melhores amigos de faculdade e discutem detalhes de suas intimidades com as mulheres. Sandy, mais sensível, apaixona-se por Susan (Bergen), que Jonathan sai várias vezes até conseguir manter um contato sexual. Tempos depois, Sandy se encontra casado com Susan e Jonathan vive uma relação conturbada com a emocionalmente instável  Bobbie (Margret). Sandy revela o tédio que acompanha seu casamento e Jonathan o incentiva a ter casos ocasionais com garotas como Cindy (O’Neal). Posteriormente, Sandy se encontra envolvido com uma garota que tem idade de ser s

Filme do Dia: A Culpa (1971), Domingos de Oliveira

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A  Culpa (Brasil, 1971). Direção: Domingos de Oliveira. Com: Paulo José, Dinah Sfat, Nélsom Xavier, Sérgio Britto. Dupla de irmãos (José e Xavier) assassina o pai, empreiteiro milionário (Britto), com ajuda da noiva de um dos irmãos, Matilde (Sfat). O sentimento de culpa posterior ao crime acabará por dilacerar suas vidas. Um dos irmãos suicida-se, enquanto Heitor (José) é assassinado pela noiva, que enlouquece. Nesse belo e atmosférico filme de Oliveira o que menos interessa é o enredo em si – já inicia com o crime cometido e a ocultação do cadáver pelo trio. Utilizando-se de uma estética comum as produções do Cinema Novo, o filme traça um sombrio retrato do estado psicológico dos assassinos após o crime. Ao contrário de Pocilga , de Pasolini , os personagens não conseguem se eximir da profunda culpa cristã pelo parricídio. Embora recebam dois milhões de dólares de herança, a vida já não possui sentido e a paranoia torna-se crescente. Recursos como a câmara na mão em planos l

FIlme do Dia: A Última Esperança da Terra (1971), Boris Sagal

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A Última Esperança da Terra ( The Omega Man , EUA, 1971). Direção: Boris Sagal. Rot. Adaptado: John William Corrington & Joyce Hooper Corrington, baseado no romance I am a Legend , de Richard Matheson. Fotografia: Russell Metty. Música: Ron Grainer. Montagem: William H. Ziegler. Dir. de arte: Walter M. Simonds. Cenografia: William L. Kuehl. Com: Charlton Heston , Anthony Zerbe, Rosalind Cash, Paul Koslo, Eric Laneuville, Lincoln Kilpatrick, Jiri Giraldi, Brian Tochi. Em uma Los Angeles devastada e deserta após um conflito mundial sem precedentes, Robert Neville (Heston) se acredita o único ser humano que restou, ameaçado por um grupo de zumbis liderados por Matthias (Zerbe), que se auto-denomina A Família. Neville encontra uma garota negra, Lisa (Cash), que o leva a conhecer outro grupo de sobreviventes humanos, liderados por Dutch (Koslo).   Neville é cientista e conseguiu criar um soro que rebate os efeitos das mutações que transformam homens em zumbis aplicando-o com suc

Filme do Dia: A Súbita Riqueza dos Pobres de Kombach (1971), Volker Schlöndorff

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A Súbita Riqueza dos Pobres de Kombach ( Der Plötzliche Reichtum der Armen Leute von Kombach , Al. Ocidental, 1971). Direção: Volker Schöndorff. Rot. Original: Volker Schlondorff & Margareth Von Trotta. Fotografia: Franz Rath. Música: Klaus Doldinger. Montagem: Claus von Boro. Dir. de arte e Figurinos: Hanna Axman-Razzoni. Com: George Lehn, Reinhard Hauff, Karl-Josef Kramer, Wolfgang Bächler, Harald Müller, Margarethe von Trotta, Joe Hambus, Walter Buschhof. Maio de 1822. Grupo de camponeses cansados de viverem na miséria e recém-libertos da servidão, o que não modificou praticamente grande coisa em sua situação de penúria, decidem atacar o comboio que leva os impostos arrecadados na região, uma das fontes de sua exploração. Após cerca de cinco tentativas, finalmente conseguem êxito na proeza. Porém, o sucesso do roubo e a alegria que se segue se desfaz rapidamente quando surge uma investigação, auxiliada pelos próprios camponeses locais. Uma das pistas se encontra vinculad

Filme do Dia: Não é o Homossexual Que é Perverso, mas a Situação em Que Ele Vive (1971), Rosa von Praunheim

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N ão é o Homossexual Que é Perverso, mas a Situação em Que Ele Vive ( Nicht der Homosexuelle Ist Pervers, Sondern Die Situation, In Der er Lebt , Al. Ocidental, 1971). Direção: Rosa von Praunheim. Rot. Original: Martin Dannecker, Sigurd Wurl & Rosa von Praunheim. Fotografia: Robert van Ackeren & Rosa von Praunheim. Montagem: Jean-Claude Piroué. Com: Berryt Bohlen, Bernd Feuerhelm, Ernst Kuchling, Norbert Losch, Steven Adamczewski, Dietmar Kracht, Manfred Salzgeber. Essa incursão corajosa e pioneira de von Praunheim no campo de uma discussão aberta sobre a “problemática” da homossexualidade masculina no mundo contemporâneo ocidental é prejudicada por duas questões básicas. A primeira, que diz respeito a própria construção do filme, apresentando várias situações com narrações de vozes que se sobrepõem a imagem, seja para emular diálogos, seja para efetuar comentários de viés sociológico e generalista, seja  um “comentário interno” ao grupo. O resultado é semelhante a um

Filme do Dia: Brazil: A Report on Torture (1971), Saul Landau & Haskell Wexler

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B razil: A Report on Torture (Estados Unidos, 1971). Direção: Saul Landau & Haskell Wexler. Montagem: Robert Estrin. Esse documentário é um dos poucos registros de época de membros da luta armada brasileira, exilados no Chile após terem sido libertos em troca do embaixador seqüestrado norte-americano Charles Elbrick, evocando ou exibindo as diversas formas de tortura que sofreram quando presos no Brasil. O que mais surpreende no tom dos depoimentos é a relativa altivez ou pelo menos ausência da emoção explícita – em nenhum momento o filme flagra nenhum dos depoentes chorando, como se Wexler houvesse concordado com Godard sobre  a obscenidade de se flagar alguém em um momento de fragilidade emocional. E igualmente o modo relativamente aberto sobre como todos falam de tudo, diante de uma câmera, dada a presunção de reserva e desconfiança paranoica que geralmente é associada com ex-vítimas de tortura. Tampouco existe qualquer referência direta ao “imperialismo americano” o

Filme do Dia: W.R.- Mistérios do Organismo (1971), Dusan Makavejev

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W.R. – Mistérios do Organismo ( W.R – Misterije Organizma , Iuguslávia/Al. Ocidental, 1971). Direção e Rot. Original: Dusan Makavejev . Fotografia: Aleksander Petkovic & Predrag Popovic. Música: Bojana Marijan. Montagem: Ivana Vukasovic. Dir. de arte: Dragoljub Ostojic. Figurinos: Mirjana Ostojic. Com: Milena Dravic, Ivica Vidovic, Jagoda Kalper, Tuli Kupferberg, Zoran Radmilovic, Jackie Curtis, Miodrag Andric, Zvica Matic. Esse filme, talvez o mais conhecido e polêmico de Makavejev , revela seu talento para a mescla entre ficção e documentário, centrando-se na temática da vanguarda revolucionária e – principalmente – sexual, através da figura emblemática de Wihelm Reich. De sua primeira metade, eminentemente documental, com entrevistas com moradores da pequena cidade em que Reich morou, dados biográficos sobre o autor e entrevistas com sua viúva, pode-se até imaginar um documentário relativamente convencional. Porém, o filme passa a se deter cada vez mais na história de