Filme do Dia: Pier Paolo Pasolini (1971), Carlo Hayman-Chaffey
Pier Paolo Pasolini (Pier
Paolo Pasolini – A Filmmaker´s Life, Itália, 1971). Direção: Carlo
Hayman-Chaffey. Música: Andro Cecovini. Montagem: Anthony Ciccolini.
Com depoimentos de Pasolini e de alguns de amigos e
colaboradores (Nineto Davoli, os irmãos Citti, Alberto Moravia, Cesare
Zavatini), esse documentário parece mais uma colcha de retalhos do que foi
possível fazer em termos de improviso. Une aos depoimentos nada expressivos,
com exceção de alguns momentos do próprio Pasolini, flashes rápidos de alguns
de seus filmes. Pasolini, como habitualmente, surge entre tímido e professoral,
discutindo desde tópicos teóricos até seu auto-confesso complexo de Édipo que
foi a motivação maior para a filmagem do drama de Sófocles. Ainda a destacar, o
único depoimento não abertamente laudatório de Pasolini, de Zavatini, veterano
roteirista do Neorrealismo, que afirma que o cineasta ainda não havia
conseguido unir o Pasolini realizador de cinema e o escritor em seus filmes. A
certo momento, o narrador comentando em suas habituais incursões em voz off
sobre a polêmica de Pasolini com os estudantes do Maio de 68, de uma forma um
tanto quanto apressada já o acusa de se encontrar no lado “errado” da situação,
por ter realizado um poema em homenagem ao guarda francês morto no conflito.
Seu título original não faz jus e soa um tanto quanto pretensioso, no sentido
de que o filme nem traça uma biografia do cineasta nem tampouco se centra na
sua experiência como realizador de uma maneira mais detalhada. Vale como
registro de época e da influência do cineasta em relação aos seus
colaboradores. 29 minutos.
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