Filme do Dia: A Costela de Adão (1949), George Cukor
A Costela de Adão (Adam´s Rib, EUA, 1949). Direção: George
Cukor. Rot. Original: Ruth Gordon &
Garson Kanin. Fotografia: George J. Folsey.
Música: Miklós Rózsa. Montagem: George Boemier. Dir. de arte: William
Ferrari & Cedric Gibbons. Cenografia: Edwin B. Willis. Figurinos: Walter Plunkett. Com: Katharine
Hepburn, Spencer Tracy, Judy Holliday, Tom Ewell, David Wayne, Jean Hagen, Hope
Emerson, Eve March.
Casal de bem sucedidos advogados, Adam
(Tracy) e Amanda Bonner (Hepburn) rivalizam todos os dias respectivamente como
promotor e advogada de defesa do caso em que Doris Attinger (Holliday) atirou
contra o marido Warren Francis (Ewell) e sua amante Beryl Craighn (Hagen).
Enquanto Adam sustenta a defesa das simples leis do direito, Amanda explora o
fato de que se tivesse sido o oposto – um marido flagrando a esposa com um
amante – a opinião pública não seria tão contrária como foi com relação a
Doris. As disputas de dia se transformam em noites de relaxamento e carinho dos
adversários, até o momento em que a tensão e disputa do tribunal acaba
invadindo o espaço doméstico, e Adam resolve partir. A vitória da causa por
Amanda é contrabalançada pela comprovação de que vivenciando na pele uma
situação semelhante – o flagrante de Amanda com o amigo Kip Lurie (Wayne)
tentando seduzi-la – Amanda concordaria com a tese de Adam.
Essa tola comédia no estilo “guerra
dos sexos”é tida como um dos clássicos do gênero no cinema americano. Seu tom
farsesco, com interpretações próxima de teatrais, é acentuado pelas recorrentes
cartelas que fazem menção a um palco teatral que anunciam o espaço doméstico
compartilhado à noite pelo casal. Ewell vive o seu habitual tipo cafajeste
(semelhante ao que encarnaria no filme que o celebrizou (O Pecado Mora ao Lado, de Billy Wilder) e Hepburn o seu habitual personagem
sofisticado e feminista. Ainda que ousado para os padrões da época, como na
seqüência das massagens entre o casal em que ambos estapeiam o traseiro de seus
companheiros, existe a concessão final ao universo masculino de realmente ser o
detentor da razão, de certa forma amenizando a ironia com a referência bíblica
e o próprio fato do protagonista ser uma espécie de Adão às avessas. Com
roteiro escrito pela dupla Gordon & Kanin (atores em O Bebê de Rosemary). MGM. 101 minutos.
Comentários
Postar um comentário