Filme do Dia: Agua de Mandarina (2020), Waldo Roman Martínez
Agua de
Mandarina (Argentina, 2020). Direção, Rot. Original, Música e Montagem Waldo
Roman Martínez.
Jovem
Casal vive do que planta à beira do rio, da pesca e de um pequeno grupo de animais que cria.
Com o tempo, tem uma filha, que se sente completamente adaptada ao ambiente.
Porém, certo dia o mundo vira do avesso quando o caudaloso rio se transforma em
um mero filete. O casal, agora já de cabelos brancos, resolve partir. A filha
descobre os muros da enorme represa que bloqueou a água do rio. E faz também
outra descoberta importante.
Nenhum
gênero ou forma de se fazer cinema
provavelmente, em termos proporcionais, teve tantos abnegados quanto a
animação. Vez por outra ouve-se a menção a um longa de animação que foi produto
de uma única pessoa. É o caso desse. Que faz questão de explicitar já no início
de seus créditos. Mais lírico que propriamente dramático, não se tem diálogos e
o conflito que é posto para a família camponesa, a falta de água, surge já
quando o filme se aproxima de sua metade. Antes, existia apenas uma visão
pastoral de mundo, reforçada pela fertilização enquanto desdobramento cósmico
do universo (essa relação entre fecundação e cosmos também é vislumbrada no
curta contemporâneo de animação The Afterbirth). E haja cores fortes,
como o azul do céu e das águas, ou o verde do mato esvoaçado. E haja ainda mais
uma banda sonora a capturar uma infinidade de animais, sobretudo pássaros. O
mundo histórico parece ausente dessa vida à parte. Não há contato aparente com
nenhum meio de comunicação. Nem qualquer veículo motorizado ou eletrodoméstico.
Esse, mundo histórico, somente surgirá
quando os pais, já de cabelos brancos resolvem partir, e o modelo de trem que
surge denuncia que é mais moderno que uma Maria Fumaça. |Kazita Producciones/Byw. 58 minutos.
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