Filme do Dia: Farsa Trágica (1963), Jacques Tourneur

 


 

Farsa Trágica (The Comedy of Terrors, EUA, 1963). Direção: Jacques Tourneur. Rot. Adaptado: Richard Matheson, a partir do romance de Matheson & Elsie Lee. Fotografia: Floyd Crosby. Música: Les Baxter. Montagem: Anthony Carras. Dir. de arte: Daniel Haller. Cenografia: Harry Raif. Figurinos: Marjorie Corso. Com: Vincent Price, Peter Lorre, Boris Karloff, Joyce Jameson, Basil Rathbone, Joe E. Brown, Beverly Powers, Alan DeWitt, Orangey.

O falido agente funerário Waldo Trumbull (Price), devendo um ano de aluguel e prestes a ser despejado, decide arranjar novos “clientes” para saldar suas dívidas, com o apoio do desastrado assistente Felix Gillie (Lorre). A primeira vítima que conseguem, Riggs (DeWitt) tem sua fortuna rapidamente surrupiada por sua viúva. Enquanto o segundo, o próprio proprietário da residência onde vivem Trumbull e Gillie, o ator shakesperiano e megalomaníaco, Sr. Black (Rathbone) sofre de catalepsia, aparentando se encontrar morto quando de fato não o está.

Essa sátira ao gênero horror quando esse subgênero não havia ainda sido completamente instituído, mas tampouco desprovido de vários exemplares (sendo talvez o mais bem sucedido até então A Noiva de Frankenstein, de James Whale), mesmo contando com bela fotografia, alguns dos nomes mais recorrentes ao gênero horror, a presença de um carismático felino, Orangey (o mesmo de Bonequinha de Luxo e uma dezena de outros títulos) e, talvez seu maior trunfo, uma conscientemente empostada interpretação farsesca de todo o elenco, não consegue emplacar enquanto comédia, tornando-se aborrecida e comprovando o completo declínio artístico do talentoso Tourneur. E não se pode exatamente culpar o fato de se tratar de uma produção barata, pois Tourneur havia se consolidado e atuado ao longo de praticamente toda a sua carreira em produções do gênero, sendo seus títulos mais representativos (Sangue de Pantera, A Noite do Demônio), inclusive, realizados como filmes B. Só quem consegue se livrar parcialmente do constrangimento que representa esse filme como um todo talvez sejam Price e Rathbone, não por acaso os mais explicitamente dados a praticamente declamarem suas falas, no caso do último tendo uma motivação realista mais precisa, já que se trata de um ator. Dentre as suas principais características negativas se encontram a falta de ritmo com que a narrativa é disposta.  O estúdio que o produziu é o mesmo ao qual Price então atuava em muitas das adaptações de Poe para o cinema dirigidas por Roger Corman. American International Pictures. 84 minutos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

Filme do Dia: Quem é a Bruxa? (1949), Friz Freleng

A Thousand Days for Mokhtar