Filme do Dia: Uma Luta Com uma Truta (1947), Izzy Sparber
Uma Luta Com uma
Truta (A Bout with a Trout, EUA,
1947). Direção: Izzy Sparber. Rot. Adaptado: Isadore Klein & Jack Ward, a
partir da história em quadrinhos de Marge. Música: Winston Sharples.
Luluzinha
segue aparentemente com sua rotina de acordar, alimentar-se e ir à escola, mas
quando lá chega, pega uma vara de pescar e prefere ir se divertir. No caminho,
um conflito se estabelece com sua consciência. Esforçando-se para capturar o
peixe que jogou uma isca, Luluzinha torna-se inconsciente, ao se bater contra
uma árvore, que se encontra as suas costas.
Um
clichê que já havia se tornado na animação comercial norte-americana, surge
aqui, que são a representação da consciência dos personagens, habitualmente em
conflito, geralmente caracterizadas como angelicais e diabólicas, assim como
vozes suaves e doces em contraposição, assim como gestos, e vozes arrogantes e
posturas rudes e entrando em conflito direto, como é o caso. O filme, no
entanto, apela para outro clichê, esse demasiado desgastado, de se livrar de
qualquer lógica factual mais estruturada e abraçar a fantasia mais irrestrita a
partir da escusa do sonho ou da inconsciência temporária. E um protagonismo
habitual de canções (como é o caso aqui) ou melodias sem letras. É pouco e
tende a uma infantilização mais próximo da animação estritamente direcionada ao
público infantil que outras séries há um bom tempo já faziam como Pica-Pau, Looney Tunes ou Tom &
Jerry, que também contavam com os laivos sádicos dos infantes. A canção, no
caso, surge a determinado momento cantada por efígies dos rostos impressas em
estrelas –de pouca criatividade, ao contrário de Méliès meio século antes – que
são de Bing Crosby, Bob Hope e Jerry Colonna. Quando se compara esse curta com
outro de uma figura em nada distante de Luluzinha, Little Audrey (Song of the Birds), ambas séries
produzidas pelo mesmo estúdio, percebe-se ao menos um ponto em comum. Tanto
Luluzinha aqui, quanto Little Audrey lá, quebram por si próprias o instrumento
de sua diversão (lá uma espingarda, aqui uma vara de pescar), mesmo que lá a
motivação tenha sido externa e aqui interior, advinda do seu estado de
inconsciência, inconsciência essa que paradoxalmente a tornará mais
“consciente” de seus deveres para com a escola, embora lá a motivação surja
como menos gratuita. Famous Studios para
Paramount Pictures. 7 minutos.
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