Filme do Dia: Tarzan e Sua Companheira (1934), Cedric Gibbons

 


Tarzan e Sua Companheira (Tarzan and His Mate, EUA, 1934). Direção: Cedric Gibbons. Rot. Original: Bud Barsky, Leon Gordon, James Kevin McGuiness & Howard Emmett Rogers, a partir dos personagens de Edgar Rice Bourroughs. Fotografia: Charles G. Clarke & Clyde De Vinna.  Música: William Axt, Paul Marquardt, George Richelavie & Fritz Stahlberg. Montagem: Tom Held. Dir. de arte: A. Arnold Gillespie. Cenografia: George E. Lee. Com: Johnny Weissmuller, Maureen O´Sullivan, Neil Hamilton, Paul Cavanagh, Forrester Harvey, Nathan Curry, Cheeta, William Stack.

A vida idílica de Tarzan (Weissmuller) e Jane (O´Sullivan) é interrompida com a chegada de ambiciosos caçadores de marfim. O líder deles, Harry Holt (Hamilton), conhecido de Jane, traz vários presentes para ela e se faz passar por amigo, mas não se escusa em ferir Tarzan, quando esse não demonstra o menor interesse em permitir que eles vasculhem os cemitérios de elefantes em busca de marfim. Apesar dele acreditar ter matado Tarzan, esse acaba se recuperando em boa parte graças a ajuda fiel de Chita (Cheeta), e conseguindo se juntar novamente a Jane, enquanto Harry é morto por um leão.

Esse segundo filme da série Tarzan, que irá continuar até o final dos anos 1940, curiosamente o único dirigido por Cedric Gibbons (com colaboração não creditada de Jack Conway), que participou em mais de mil produções enquanto diretor de arte, segue a estrutura típica de todo o ciclo, no qual erotismo e exotismo não apenas se sucedem como compartilham boa parte do que é apresentado. E aqui, talvez mais do que em qualquer outro filme da série, o erotismo se encontra acentuado, seja no momento em que o vilão se despe para tomar seu banho enquanto trava um ameno diálogo logo ao início do filme, onde não existe qualquer outra motivação plausível que a conotação erótica, seja ainda no mais célebre momento em que Tarzan e Jane (devidamente dublada) tomam banho, sendo que ela completamente nua (sequência  filmada em três versões para as diferentes moralidades dos estados americanos, ainda que todas as três tenham sido censuradas e que foi comentada em O Celulóide Secreto). Ou ainda no momento em que o vilão observa Jane se despindo para vestir os elegantes vestidos trazidos de Paris por ele. Outro elemento que também se encontra onipresente aqui, mais do que em outros filmes da série, é a situação de ameaça de um dos heróis ou de Chita por alguma “besta selvagem”, não se furtando de apresentar tampouco cenas de confronto em que os indígenas inimigos, tais como as feras, morrem a rodo, através de quedas espetacularizadas de galhos ou despenhadeiros ou uma bizarra guerra entre elefantes e leões. Ainda que a maior parte das “interações” do elenco com os animais se dê através de efeitos visuais típicos da época, invariavelmente colagens de cenas filmadas em locais distintos, tampouco deixam de existir outras em que Chita corre de fato de leões e até de um rinoceronte ou que o herói é salvo do fundo de um rio por um hipopótamo. Devido aos problemas com a censura, esse filme possui várias versões que variam entre 91 e 116 minutos. National Film Registry em 2003.  MGM. 103 minutos.

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