Filme do Dia: Sete Mesas de Bilhar Francês (2007), Gracia Querejeta
Sete Mesas de Bilhar Francês (Siete Mesas de Billar Francés, Espanha,
2007). Direção: Gracia Querejeta. Rot. Original: Gracia Querejeta & David
Planell. Fotografia: Ángel Iguácel. Música: Pascal Gaigne. Montagem: Nacho Ruiz
Capillas. Dir. de arte: Llhorenç Miguel. Cenografia: Marta Aguilló. Figurinos:
Maiki Marin. Com: Maribel Verdú, Blanca Portillo, Jesús Castejón, Victor
Valdivia, Enrique Villén, Raúl Arévalo, Ramón Barea, Lorena Vindel, José Luis
García Pérez.
Ángela (Verdú) e seu filho Guille
(Valdivia) viajam para a cidade grande para visitar o pai de Ángela que passou
mal. Quando chegam, sabem através de sua companheira, Charo (Portillo), que ele
faleceu a poucas horas. Com o marido (Pérez) fugido de casa, por envolvimento
com corrupção e uma outra família, só resta a Ángela arriscar em reabrir o
bilhar de seu pai. Para isso terá que contar com a ajuda de Charo, que agora
quer ser não apenas empregada, mas sócia, e de um grupo de jogadores
profissionais de bilhar, Antonio (Castejón), Jacinto (Barea), Tuerto (Villén) e
o novato Fele (Arévalo). Quando se aproxima a partida decisiva que colocará em
jogo a reputação da equipe, Tuerto desaparece com o dinheiro em caixa do
bilhar. A pressão é para que Ángela
assuma o lugar do pai.
Comédia dramática repleta de
personagens e subtramas, como a da paixão recolhida de Antonio por Charo, a do
marido que abandonou Ángela e da empregada Evelin que, mesmo casada, passa a se
relacionar com Fele. Ainda a superficialidade de ”tipos” algo
característico do gênero cômico, a impressão que se fica do passeio por tantos
subenredos é menos de virtuosismo do que uma tentativa de acobertar sua própria
inocuidade. A grande força dramática do filme é a de Portillo, habitual
colaboradora de Almodóvar (Volver, Os Abraços Partidos) que, como era de
se esperar, consegue vencer a enorme resistência afetiva de voltar a se
envolver emocionalmente ao final, quando sinaliza que aceita finalmente as
investidas de Antonio. Outros personagens simplesmente não dizem a que vieram e
tornam-se uma “gordura” desnecessária à narrativa, como o próprio
marido de Ángela ou a mãe de Charo. No primeiro caso, trata-se da evidente
submissão da ordem dramática aos imperativos narrativos da forma mais
esquemática – tanto o marido tem que abandoná-la quanto o pai tem que falecer
no mesmo momento, para que a protagonista se veja motivada a empreender a sua
“virada”, tornando-se uma empreendedora. No segundo, a busca por alguns
momentos isolados de comicidade e o apoio para a caracterização de uma personagem
que após a morte do companheiro, encontra-se decidida de vez a assumir o papel
de “solteirona”, a cuidar da mãe enferma. Felizmente a realizadora nos poupa ao
final de apresentar a vitória da equipe, pois o fato de Ángela voltar a jogar
já é considerado como superação de vez de seus traumas do passado, quebrados
literalmente quando ajuda a jogar ao chão alguns dos retratos das glórias do
passado associadas ao pai. Eliás Querejeta Producciones Cinematográficas S.L.
116 minutos.
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