Filme do Dia: Viagem para Agartha (2011), Makoto Shinkai
Viagem para Agartha (Hoshi o ou Kodomo, Japão, 2011).
Direção, Rot. Original, Fotografia e Montagem: Makoto Shinkai. Música: Tenmom.
Dir. de arte: Takumi Tanji.
Asuna é uma
adolescente que se torna atraída pelos ruídos e uma estranha música que escuta
através de uma rádio de cristal, num ponto ermo e isolado da floresta próximo
do vilarejo. Ela conhece Shun, um rapaz que se diz proveniente de Agartha, por
quem se apaixona. O novo professor da escola, o Sr. Moriaki é um estudioso de
Agartha. Asuna fica sabendo que seu sonho é recuperar a mulher, morta há muitos
anos. Asuna fica sabendo da morte de Shun e quando é guiada por um garoto até a
entrada do mundo misterioso pensa se tratar de Shun, mas é seu irmão
mais jovem, Shin..
Essa algo
delicada fábula de imagens deslumbrantes bem poderia ser associada ao
surgimento da sexualidade e a ausência da figura paterna. Torna-se, no entanto, algo
refém dos excessos de fantasia e universos mirabolantes bastante comuns na
produção de animação nipônica. O que pode ser percebido quando seu prólogo,
em tom sutil e minimalista, apresentando as incursões da garota na floresta e
seu banal cotidiano (ambos belamente ilustrados e um tanto reminiscentes do próprio
cinema de ação ao vivo de maior expressividade contemporânea) é bruscamente
interrompido pela presença de um monstro mitológico. A partir daí e cada vez
mais, os excessos tanto visuais quanto de sua trilha sonora acabam por sufocar
(ou, a depender do ponto de vista a ressaltar) o talento que se prenunciava. A
música, de fato, corre de forma quase ininterrupta, acentuando uma sensação de
esgotamento maximizado pela metragem excessiva e o desdobramento de situações de
risco que parecem não ter fim. E é sobre a ausência, representada sobretudo
pela morte e pela separação, que o filme se detém e não tergiversa, ao contrário
de toda uma tradição. Sua referência ao que aparente ser algo proveniente da
rica mitologia do país torna-se uma das forças e fraquezas do filme, ao
mesmo tempo, no sentido de que diluída em clichês mais próximos de
antigas séries animadas televisivas. Media Factory/CoMix Wave para Media
Factory. 116 minutos.
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