Filme do Dia: Munro (1961), Gene Deitch

 


Munro (EUA/Tchecoslováquia, 1961). Direção: Gene Deitch. Rot. Original: Jules Feiffer. Música: Stepan Konícek. Montagem: Zdenka Navrátilova. Dir. de arte: Al Kouzel.

Criança de quatro anos é convocada para o exército. Ela tenta chamar a atenção de todas as formas de sua idade, mas ninguém dá a menor atenção. Após muitas tentativas frustradas, somente abrindo o berreiro é que finalmente consegue ser percebido enquanto criança e se transforma em herói nacional.

Um protagonista deslocado em seu ambiente já havia sido o tema de uma das melhores animações de Deitch, senão a melhor (The Juggler of Our Lady).  Aqui, tal situação chega ao limite do absurdo kafkiano que, somado aos traços que o diferenciam da animação clássica – por essa época já seriamente influenciada pelos mesmos, inclusive – e se tem de alguma forma a receita para a animação moderna, dos quais Deitch, que passaria a morar na Tchecoslováquia, é uma figura importante e precursora. Trata-se  fundamentalmente de uma marcada ironia contra a cegueira que as convenções sociais podem levar, em sua padronização e falta de atenção para com o indivíduo. Mesmo que interessante e original, ressoa mais enquanto “filme de mensagem” que sua produção anterior acima referida. Feiffer, ganhador do Pulitzer, seria também roteirista bissexto de filmes de ação ao vivo como Ânsia de Amar (1971), de Mike Nichols. A voz de Munro é do filho do realizador, Seth. Oscar da categoria. Film Representations/Rembrandt Films para Paramount Pictures. 8 minutos e 25 segundos.

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