Filme do Dia: O Segredo do Monstro (1942), John Brahm

 


O Segredo do Monstro (The Undying Monster, EUA, 1942). Direção: John Brahm. Rot. Adaptado: Lillie Hayward & Michael Jacoby, a partir do romance de Jessie Douglas Keruish. Fotografia: Lucien Ballard. Música: Emil Newman & David Raksin. Montagem: Harry Reynolds. Dir. de arte: Lewis H. Creber & Richard Day. Cenografia: Thomas Little. Figurinos: Billy Livinsgston. Com: James Ellison, Heather Angel, John Howard, Bramwell Fletcher, Heather Thatcher, Aubrey Mather, Halliwell Hobbes, Eily Malyon.

Membros de uma família aristocrática inglesa passam a ser vítimas do que alguns supõem ser um lobisomem, enquanto outros pensar ser mera crendice que não deve ser levada a sério.

Contando com recursos bem mais modestos que o trio de filmes que o celebrizará pouco depois justamente, essa produção é provavelmente a primeira a se aproximar de um dos fetiches de seu realizador, a de contar histórias ambientadas em locais sombrios. Ainda que aqui se trate de um filme-B, inclusive em termos de sua curta metragem e pobreza de elementos de construção atmosférica, já se pode observar o talento de um realizador lutando com suas limitações. Inicia com um engenhoso falso alarme de um provável massacre, sugerindo se encontrar sua heroína e o cachorro dela mortos, quando apenas dormem. Pouco depois, no entanto, a ação já entra sem pedir licença, tendo em vista, inclusive, sua relativamente curta duração. E, infelizmente, algo que vem a ser acentuado por sua metragem pequena, a excessiva quantidade de personagens repentinamente transforma o que seria um promissor suspense em uma narrativa mais próxima das criminais no estilo Agatha Christie (evocando, inclusive, por momentos, O Vingador Invisível, de três anos após). Seu elenco, grandemente desconhecido do público mais amplo. Seu elenco, predominantemente britânico como não deixa mentir os sotaques, aliado a sua pobreza de produção e um tratamento visual não muito afim com a produção americana corrente, além da própria localização ficcional da história, poderia sugerir aos desavisados se tratar de um filme britânico. O embate entre a “ciência” e a mais tresloucada ficção, um clichê recorrente sobretudo nos filmes de ficção-científica, aqui é trabalhado praticamente de forma didática, quando ocorre algo inexplicável no laboratório do dr. Colbert, e diante dos olhos de todos os presentes. Mesmo que consiga galhardamente (e espertamente, tendo em vista a precariedade geral) manter a imagem do lobisomem distante dos espectadores, através de inúmeros falsos alarmes ou simplesmente antropomorfizando-o na figura da própria câmera a se digladiar com sua vítima, o monstro surge ao final, bem mais modesto que seus ruídos prometem crer. O personagem do Inspetor Craig incorpora demasiado obsessivamente o seu papel, transformando-se em alguém chato por estar sempre duvidando das ações de quase todos os outros. Twentieth Century Fox. 63 minutos.

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