Filme do Dia: O Xerife do Queixo Quebrado (1958), Raoul Walsh

 



 Xerife do Queixo Quebrado (The Sheriff of  Fractured Jaw, EUA, 1958). Direção: Raoul Walsh. Rot. Adaptado: Howard Dimdale, a partir do conto de Jacob Hay. Fotografia: Otto Heller. Música: Robert Farnon & Ken Jones. Montagem: John Shirley. Dir. de arte: Bernard Robinson. Figurinos: Julie Harris. Com: Kenneth More,  Jayne Mansfield,   Henry Hull, William Campbell, Bruce Cabot, Sidney James, Robert Morley, Charles Irwin.

Anos 1880. De uma família de negociantes britânicos, Jonathan Tibbs (More) tem a ideia de incrementar os negócios do ramo vendendo as armas da companhia, fundada em 1605, no Veho Oeste americano. Ele vai parar na sem lei Fractured Jaw, há tempos sem ninguém como xerife, por temor de ter o mesmo fim que seus antecessores, por parte dos dois grupos locais constantemente em conflito entre si e com a lei. Tibbs fica hospedado na pensão-saloon da atraente loura Kate (Mansfield). Ocasionalmente prisioneiro de um grupo de índios Injuans, com seus métodos excêntricos, rapidamente torna-se reconhecido não apenas como um deles, como filho do chefe. Essa amizade o salvará, posrteriormente, do conflito sanguinário que se apresenta entre os Box T e os Lazy S. Com a cidade em paz, o casamento entre Jonathan e Kate se consuma. 

O que há de pouco comum nesse western de pretensões cômicas nada excepcionais talvez seja a vagareza com que vai delineando seu enredo. Com um terço dele transcorrido se coroa a personagem do típico britânico de modos aristocráticos o xerife de uma cidade um tanto bárbara do Oeste americano e que, pelo mesmo motivo, ninguém pretende sê-lo. Tira partido criativo dos ecos das galerias rochosas que a dupla principal atravessa, em que Kate abre seu coração cantando, e a repetição de determinados trechos da canção faz às vezes de eco. E ainda mais dos índios, que se tornam aliados do herói contra os dois grupos de cowboys que iam se digladiar e se encontravam contrários ao xerife. Como homem que consegue dobrar seus opositores sem fazer uso da violência ele próprio, Tibbs é a própria encarnação da “civilização” sem que os atravessadores dessa, yankees, assumam a cena, como habitual. Dos índios não se espera nada além da coadjuvância habitual, aqui regada por um paternalismo em que são transformados em algo no limite da idiotia. Curiosamente o filme apresenta cenas filmadas de fato em locação com planos mais aproximados que – talvez por motivos de dificuldade de orquestração do equipamento de filmagem – são evidentes cenas com back projection. Provavelmente última produção em que o nome de Mansfield esteve associado a um dos grandes estúdios em seu fugaz estrelato. Não é a toa que a primeira escolha para Tibbs havia sido Clifton Webb, sendo que o filme com More, tenta neutralizar a excessiva ausência de virilidade de Webb, que já havia sido tema desde os idos do cinema narrativo (Algie, O Mineiro), aproximando-se mais de tipos como o Oscarito de Matar ou Correr, mesmo sendo mais moderado no escracho – não falta, no entanto, a típica cena da pouca desenvoltura no montar à cavalo.  20th Century Fox. 103 minutos.

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